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RJ: acidente em obras do Cinema Art Palácio mata servente
Por Do Diário do Grande ABC
16/08/1999 | 20:35
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Um acidente no canteiro de obras do antigo Cinema Art Palácio, na Praça Saens Peña, na Tijuca, matou nesta segunda-feira o servente Sueldo Francisco Teixeira, de 25 anos. Ele morreu soterrado por uma barreira de terra, quando realizava um trabalho de contençao na área. O local, em obras há mais de um mês, será transformado numa filial da loja de departamentos Leader Magazine. O responsável técnico pela obra, Ronald Mitre, disse que o acidente foi uma fatalidade. O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA), José Chacon de Assis, disse, no entanto, que irá abrir uma sindicância para apurar se houve negligência, imperícia ou imprudência na realizaçao na obra.

Nesta segunda-feira, uma equipe do CREA esteve no local, mas o expediente já estava encerrado. ``Vamos apurar tudo com cuidado. Voltaremos lá nesta terça-feira para saber o que houve', afirmou Chacon. Segundo ele, caso sejam comprovadas irregularidades, o responsável técnico pode ser suspenso, receber advertência pública ou reservada e até perder o registro profissional. ``Sem falar nas puniçoes penais. Somos um tribunal de ética, que prevê puniçoes administrativas', disse.

Segundo o responsável pela obra, Ronald Mitre, da construtora Nataliber, a Defesa Civil nao constatou irregularidades. ``Tomamos todos os cuidados com segurança. O servente estava usando capacete``, afirmou. O sargento Nelson Braga, do 6º Batalhao (Andaraí), confirmou a versao. ``O capacete estava próximo ao corpo', contou. O diretor superintendente da Leader, Carlos Alberto Machado Correia, também acha que se tratou de uma fatalidade: ``Os operários usam capacete, cinto. Já trabalhamos com essa empreiteira há algum tempo'. Segundo ele, a obra deve estar concluída até o fim do ano.

A obra, no entanto, nao é vista com bons olhos por todos. De acordo com moradores do prédio sobre o cinema, na Rua Conde de Bonfim, número 406, nao há respeito à lei do silêncio. ``A obra funciona dia e noite', acusou o aposentado Vicente Vieira Ferreira, de 85 anos. Os moradores também temem pela estrutura do prédio. ``Toda hora entram carros com vigas de ferro. Gostaria de ficar tranqüila, mas nao estou', disse a dona de casa Lúcia Costa, de 64 anos. Ronald Mitre, no entanto, informou que a obra nao mexe na estrutura e que nunca ultrapassa as 22h.




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