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Andreenses do time celebram o acesso

Moradores de Sto.André, Samuel Teram e Tiago
Ulisses dizem que conquista na A-2 é especial

Anderson Fattori
02/05/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O acesso do Ramalhão para a Primeira Divisão do Campeonato Paulista foi especial para dois jogadores do elenco. O zagueiro Samuel Teram e o volante Tiago Ulisses são nascidos, moram em Santo André e disseram ter sentido algo muito especial depois de que o árbitro Raphael Claus apitou o fim do jogo contra o Barretos, sábado, consumando o empate por 0 a 0, no segundo jogo da semifinal da Série A-2 – no primeiro duelo o time da região havia vencido por 2 a 0, no Bruno Daniel.

Mais experiente, Samuel Teram, 31 anos, disse que a conquista de sábado foi uma das mais importantes da carreira. “Esse é meu nono acesso e foi especial. Acho que nunca houve tanto sofrimento em uma campanha. Por ser andreense, me fez muito bem, estou com sentimento diferente, está muito melhor comemorar esse acesso do que os outros”, garantiu ele, que mora no bairro Valparaíso.

Apesar de não ser o capitão, responsabilidade que recaiu sobre Branquinho, Samuel sempre foi um dos líderes do elenco e esteve à frente das negociações quando estourou a notícia de que o time havia ficado dois meses sem salários. “O grupo soube se livrar as adversidades com profissionalismo, trabalho e, principalmente, conversa. Às vezes nem sempre fomos unânimes nas discussões, mas cada um respeitou seu ponto de vista e dentro de campo trabalhou forte. Por isso conseguimos esse acesso”, destacou o zagueiro.

Tiago Ulisses também teve motivos diferentes para comemorar o retorno do Santo André para a elite. “Passou um filme na cabeça, de quando eu ia ao Bruno Daniel, ainda menino, ver os jogos do Santo André. Hoje poder atuar pelo time e conseguir o acesso está sendo diferente demais. Ano passado fui vice-campeão mineiro (pela Caldense), mas é especial esse acesso por ser andreense e morar em Utinga. Ainda vamos buscar o título”, ressaltou o volante, referindo-se ao confronto do fim de semana contra o Mirassol (leia mais abaixo).

Outro motivo que deixou Tiago satisfeito foi o apoio da torcida andreense, que esteve nos 23 jogos da equipe na Série A-2 e compareceu em bom número a Barretos, apesar das quase seis horas de viagem. “A Torcida nos apoiou o tempo todo. Passamos por dificuldade durante o campeonato e eles mostraram que estavam do nosso lado”, disse o volante, que também exaltou os técnicos ramalhinos Toninho Cecílio e Luciano Dias. “É excepcional, tem muita garra. Não podemos esquecer do trabalho que o Luciano fez. Ele que montou o time, infelizmente os resultados negativos o fizeram sair. Depois chegou outro profissional à altura, ganhamos uma cara diferente e conseguimos o acesso”, constatou Tiago.

O jogador fez parte de um dos melhores sistemas defensivos já montados pelo Santo André sob o comando de Toninho Cecílio. “Em seis jogos tomamos um gol, e de pênalti, contra o São Caetano. Quando o Toninho colocou três volantes disse que ficou mais consistente e começamos a vencer. Os jogadores mais experientes e o Zé (Carlos, goleiro) </CF>também foram muito importante para nós”, disse ele, que brilhou na Caldense em 2015, quando o time sofreu apenas quatro gols em 15 partidas na elite mineira.


Mirassol será adversário na final com jogo no Interior
O Santo André conheceu na manhã de ontem o adversário na final do Campeonato Paulista da Série A-2. Será o Mirassol, que confirmou a vantagem que tinha sobre o Batatais, venceu por 2 a 0 e, por ter melhor campanha geral que o Ramalhão na soma das três fases até aqui, vai fazer a final – de acordo com o regulamento será jogo único – no Estádio José Maria de Campos Maia, casa mirassolense a quase 500 quilômetros do Grande ABC. Hoje, às 14h30, na Federação Paulista, haverá reunião para definir data e horário do confronto.

Diferentemente dos mata-matas, quando enfrentou São Caetano e Barretos e jogos de ida e volta – em ambos triunfou no Bruno Daniel e segurou a vantagem fora de casa –, desta vez o Santo André terá de ser incisivo sob os domínios do adversário. “É um jogo só, temos de sair mais (para o ataque) e temos condições para isso. Respeitamos o adversário, mas chegamos até aqui, porque não tentar beliscar o título”, disse o meia Branquinho.

Levantar pela quarta vez o troféu da Série A-2 é o objetivo final deste grupo ramalhino, que deve ser modificado para a disputa da Copa Paulista no segundo semestre. “A gente, desde o começo do campeonato, vem seguindo metas. A primeira era classificar, conseguimos chegar nas finais, derrotamos o melhor time da primeira fase, que foi o São Caetano, agora passamos pelo Barretos para chegar ao tão sonhado acesso, e vamos trabalhar durante a semana em busca do título para coroar esse grupo e elenco abençoados”, disse o atacante Róbson.

Na primeira fase, jogando no Bruno Daniel, o Santo André venceu o Mirassol por 2 a 0 com gols dos zagueiros Samuel Teram e Diogo Borges.

 

Carlito Arini diz que acesso à elite resgata moral do Santo André 

Assessor da presidência, Carlito Arini foi um dos que mais vibrou com o acesso do Santo André para a elite estadual. O dirigente esteve por trás dos principais momentos do clube nos últimos anos, como na montagem do time vice-campeão Paulista de 2010 e campeão da Copa Paulista de 2014. Após passagem pelo Avaí, em 2015, voltou e coordenou as contratações desta temporada.

Depois que confirmou o acesso, o dirigente ressaltou a importância do feito. “Existem algumas conquistas que a gente comemora diferente. Essa é uma delas. Sabíamos da importância que tinha subir, de resgatar a autoestima do torcedor, retomar o clube e voltar para a Primeira Divisão. Era questão de ter um algo a mais que veio agora”, comemorou Carlito.

Representando o presidente Jairo Livolis, que não pôde ir a Barretos por conta de problemas de saúde, ele analisou a campanha. “Partimos muito bem, aliás quero dar os parabéns ao Luciano (Dias), que começou o trabalho. No meio o time oscilou, veio o Toninho (Cecílio) e encontramos outra maneira (de jogar). Acho que esse foi o xis da questão. O Santo André aprendeu a respeitar a competição e jogá-la como ela deve ser jogada. A partir daí, o time engrenou e conseguiu o acesso. Agora vamos buscar o título”, cobrou.

Carlito disse que o fato de subir dois times e caírem seis na Série A-2 valorizou ainda mais a conquista do Santo André. “Entramos no mata-mata e deixamos para trás equipes como Guarani e Portuguesa. Depois não entraram na semifinal Bragantino e São Caetano, clubes tradicionais. Cada rodada era uma decisão e a oscilação que ocorreu na metade da competição deixou o time com a faca na garganta para classificar. Entramos em oitavo, desacreditados por muitos, mas conseguimos”, vibrou ele, que definiu o momento decisivo da campanha. “Para mim, o jogo contra o Velo (vitória por 1 a 0, em Rio Claro) foi o divisor de águas. Ali percebi que tínhamos tudo para subir”, finalizou o dirigente.




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