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Guarará deve R$ 15 mi e circula com frota antiga
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
13/11/2015 | 07:00
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A Expresso Guarará, que opera 17 linhas de ônibus em Santo André, deve R$ 15 milhões à SATrans, além de rodar com coletivos acima da idade média máxima permitida por lei. O valor se refere a dispositivos contratuais não cumpridos desde o início da operação da empresa na cidade, em 1999.

A Secretaria de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos informou que o passivo milionário é referente ao não pagamento de taxas de gerenciamento, de despesas judiciais e de honorários advocatícios. A quantia pode aumentar, uma vez que outros processos administrativos contra a companhia tramitam na empresa pública.

O Diário mostra desde terça-feira que o sócio-administrador da Suzantur, Claudinei Brogliato, virou procurador para gerir temporariamente a companhia andreense. A Suzantur é a responsável pelas linhas de Mauá após polêmico processo, que foi parar na Justiça. A firma com sede em Suzano foi contratada pela Prefeitura de Mauá emergencialmente depois de o Paço romper contrato com a Viação Cidade de Mauá e Leblon, alegando que ambas haviam invadido sistema de bilhetagem eletrônica municipal.

Responsável pela SATrans, o coronel Fábio de Jesus Leite admitiu também que a Expresso Guarará opera no município com frota com idade acima da média máxima permitida pelo município, de oito anos. “Necessita trocar alguns veículos que estão acima da idade máxima também”, revelou.

De acordo com o secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos de Santo André, Carlos Sanches, o Carlão (PT), desde setembro há multas em tramitação que podem elevar a dívida da Expresso Guarará. São, conforme Carlão, 27 processos administrativos emitidos, cujo valor chega a R$ 240,6 mil. Ainda cabe recurso a essas representações internas.

Ontem, a equipe do Diário buscou contato com Brogliato para comentar que solução ele dará para o passivo milionário da Guarará, mas ele não quis responder aos questionamentos. “Não quero mais falar nada sobre isso (Guarará). Estou fazendo uma assessoria e tenho procuração. Mas não vou mais responder nada mais”, afirmou. Inicialmente, Brogliato negou ter procuração para gerir a Expresso Guarará, mas, após ser desmentido publicamente pelo governo de Santo André, recuou e admitiu posto de destaque na companhia. Ele alegou que foi contratado para solucionar problemas financeiros e judiciais da firma e que já atuou na liberação de 14 ônibus que foram apreendidos por falta de pagamento de financiamento com a Caruana Financeira.


Ônibus seguem na ciclovia ao lado do Terminal Vl.Luzita

Pelo terceiro dia seguido, a equipe do Diário flagrou ônibus estacionados em ciclovia ao lado do Terminal Vila Luzita, em Santo André, onde atua a Expresso Guarará. Já no Terminal Mauá, coletivos da Suzantur foram retirados de via onde é proibido parar e estacionar.

A Secretaria de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos de Santo André admitiu existência de acordo com a Expresso Guarará para que os coletivos fiquem em espaço destinado a ciclistas. Essa parceria tem validade de 20 dias até que a empresa encontre galpão para parar os veículos ociosos.

A estimativa da Prefeitura andreense é entregar a ciclovia até o fim do mês, mas usuários da bicicleta já utilizam a faixa e têm de duelar com ônibus constantemente estacionados no local – em especial pela manhã e à tarde.

Anteontem, a equipe do Diário flagrou ônibus parados na rua ao lado do Terminal Mauá, no Centro, onde é proibido parar e estacionar. Ontem, nenhum coletivo estava estacionado no local. O secretário de Mobilidade Urbana mauaense, Azor Albuquerque, prometeu que iria procurara Suzantur e pedir explicações sobre o desrespeito. Afirmou também que a empresa já tinha sido autuada por prática semelhante no passado.

Conforme o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), deixar o veículo em local com placa de proibido parar e estacionar é infração grave, com multa aplicada e remoção do automóvel.




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