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Febre maculosa deixa o
Clube de Campo em alerta

Em 6 meses, quatro morreram com suspeita da doença;
os laudos de duas das mortes ficam prontos em 20 dias

Por Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
27/10/2012 | 07:00
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Famílias do bairro Clube de Campo, em Santo André, estão assustadas com as mortes de quatro pessoas nos últimos seis meses, todas com os mesmos sintomas: dor de cabeça, febre e manchas no corpo. O bairro, encravado em área de manancial, registrou em 2005 duas mortes por febre maculosa, doença transmitida pelo carrapato-estrela, e está em alerta contra possível surto.

Os laudos de duas das mortes, ocorridas nas últimas semanas, ficam prontos em 20 dias. Conforme a vizinhança, outras quatro pessoas estão internadas com sintomas semelhantes, duas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A maioria dos doentes vive nas proximidades da Rua Condor.

É o caso do autônomo Nilson Ferreira da Palma, 39 anos, que morreu na terça-feira. A mulher de Palma, a auxiliar de limpeza Débora da Silva Soares, 41, acredita que houve negligência dos médicos que o atenderam no PA (Pronto Atendimento) da Vila Luzita, procurado pela maioria das vítimas do bairro. "Ele foi para lá por cinco dias, medicavam ele com dipirona e mandavam para casa. Só internaram meu marido e deram antibióticos no sábado, quando ele teve convulsão."

Segundo Débora, os médicos suspeitavam que Palma tivesse dengue. "Falei que morávamos aqui e que pessoas tinham morrido. Não adiantou." Palma foi transferido para o Hospital Emílio Ribas, na Capital, mas acabou não resistindo.

A filha de 5 anos da porteira Elisângela Tessina Dias dos Santos, 30, ficou à beira da morte há seis meses. "Ela chegou desacreditada no Hospital Beneficência Portuguesa depois de ser muito mal atendida no PA da Vila Luzita, mas conseguiu vencer a doença." A menina ficou 12 dias internada. "Queremos que a Prefeitura faça alguma coisa antes que mais mortes aconteçam."

A Secretaria municipal de Saúde confirmou que a região do Recreio da Borda do Campo, que inclui o bairro, é considerada de risco para febre maculosa. A administração informou que neste mês intensificou o trabalho de orientação feito pelos agentes do Programa Saúde da Família. Como parte das ações, foi aplicado carrapaticida nos cães e realizado treinamento de médicos das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e PAs para facilitar o diagnóstico da doença.

A febre maculosa é transmitida pelo carrapato-estrela contaminado com a bactéria Rickettsia rickettsii e causa febre, dor de cabeça, manchas avermelhadas, tosse e pressão alta. A orientação é que moradores da região com os sintomas procurem a unidade de Saúde mais próxima. A doença tem cura, se descoberta cedo.




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