A Prefeitura de Santo André iniciou o processo de aterramento dos baixos do Viaduto Engenheiro Luís Meira, entre as vilas Príncipe de Gales e Sacadura Cabral.

O objetivo, segundo a administração municipal, é evitar a concentração de usuários de drogas e moradores de rua no local, que não aceitam recolhimento aos albergues.
Debaixo do elevado formou-se uma das cracolândias mais resistentes da região. No rastro do consumo e tráfico de drogas, crimes como furtos e roubos passaram a ser frequentes nos arredores da Avenida Prestes Maia.

O prefeito de Santo André e candidato à reeleição, Aidan Ravin (PTB), reconhece que o aterramento, de forma isolada, não resolve o problema. "A dependência química é um problema muito mais complexo. Sabemos que a tendência é que esses usuários de drogas migrem para outros locais. Santo André e as outras cidades da região passaram a abrigar pessoas vindas da cracolândia de São Paulo", apontou.

Segundo o prefeito, a cidade vem estabelecendo convênios para ampliar a rede de acolhimento aos dependentes. "Não podemos obrigar ninguém a aceitar ajuda. Mas estamos intensificando a abordagem, e também o trabalho de prevenção. Temos de oferecer ajuda médica, social e também reestruturar as famílias."

O delegado seccional de Santo André, Guerdson Ferreira, apoia o aterramento. "A ideia surgiu em conversas entre a polícia e o município. É importante evitar a aglomeração de usuários de droga. Isso facilita nosso trabalho."

A cidade conta com outras duas cracolândias: a instalada nas ruas da Vila Guiomar, próximo ao conjunto IAPI, e no interior da Chácara Baronesa.