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Investimento das montadoras chegará a R$ 60 bi até 2015
Por Leone Farias
Pedro Souza
05/10/2012 | 06:10
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O Inovar Auto, novo programa lançado pelo governo para elevar a competitividade da indústria automotiva, deverá levar as montadoras a ampliarem os aportes de recursos no País. Depois de estimar investimentos que totalizam R$ 44 bilhões até 2015, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) calcula agora que esse montante deve chegar a R$ 60 bilhões, por causa, entre outros fatores, das exigências de investimento em engenharia e pesquisa.

Ontem, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, acrescentou que Cherry, Jac Motors, Nissan e BMW, que já confirmaram fábricas no País, investirão mais R$ 5 bilhões. Outras empresas que produzem caminhões estão sondando o ingresso no País, segundo ele, o que pode gerar mais R$ 3,5 bilhões.

Além de aportes para novas unidades, as montadoras terão de se adaptar para cumprir as exigências do programa, como, por exemplo, o de elevação da eficiência energética dos carros. Segundo o presidente da Anfavea, o prazo de 2017 para a redução de 13,6% em economia de combustíveis nos veículos é apertado, "mas será grande o esforço da engenharia brasileira".

EFEITOS - Sindicalistas e representantes do empresariado da região, de forma geral, viram com bons olhos o programa. Diretor titular do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Diadema, Donizete Duarte da Silva avaliou que a iniciativa do governo é positiva. "Não me parece ser de maneira alguma uma falácia", disse. Mas critica o modelo. "Eles deveriam cobrar mais impostos de quem não atingir, ao invés de aumentar o tributo e oferecer crédito para quem atingir as metas." Isso porque o programa prevê elevação do imposto e com o cumprimento das exigências, redução.

Por sua vez, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, considera que o pacote foi positivo, ao exigir investimentos em engenharia nacional e em pesquisa e desenvolvimento. "Vai levar à contratação de mão de obra qualificada e isso leva a melhores remunerações", afirma. Em relação às compras de autopeças nacionais, Nobre considera que esse elo da cadeia produtiva, que emprega 300 mil pessoas, também será beneficiado. Avaliação semelhante tem o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Firmino, o Martinha. "O benefício para montadoras vai refletir na indústria da região." O presidente interino do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Francisco Nunes Rodrigues, cita que o regime deve estimular a General Motors a elevar o quadro de funcionários.

PRODUÇÃO - Após fortes vendas, geradas pela expectativa de que o IPI reduzido para os carros terminaria em 31 de agosto, a comercialização de veículos diminuiu 31% e as montadoras reduziram em 14,2% a produção em setembro.

Com isso, os estoques cresceram, de 19 dias em agosto para 33 dias (tempo que seria necessário para a desova do total estocado). Porém, a Anfavea mantém estimativa de que será possível crescer 2% no volume fabricado em 2012. De janeiro a setembro, há retração de 5,7% frente a igual período de 2011.

 

 




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