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Desemprego no ABC cai para 17,6%
Por Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
29/10/2004 | 09:38
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O desemprego no Grande ABC recuou para 17,6% da PEA (População Economicamente Ativa) em setembro, ante 18,1% em agosto, segundo a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos). O número de desempregados na região foi de 234 mil pessoas em setembro contra 240 mil em agosto. O nível de setembro é o mais baixo desde fevereiro de 2003, quando o desemprego na região foi de 17,4%.

A redução do desemprego também é registrada na RMSP (Região Metropolitana de São Paulo): de 18,3% em agosto para 17,9% em setembro. O setor de serviços foi o que mais gerou vagas na RMSP (46 mil), seguido da indústria (13 mil) e outros setores (11 mil). No comércio, houve decréscimo de postos de trabalho: menos 45 mil.

No Grande ABC, a redução de 0,5 ponto porcentual em setembro foi precedida de relativa estabilidade entre julho e agosto - quando o índice de desemprego ficou estável em 18,1%.

Os subsetores que mais influenciaram a queda do desemprego foram a indústria de alimentação (crescimento de 18,1% no número de vagas), a indústria metalmecânica (2,6%), serviços de alimentação (8,3%) e oficinas mecânicas (7,8%).

Segundo diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, a criação de novos postos de trabalho estaria acontecendo em função do atual momento da indústria na RMSP.

"Tivemos uma geração mais forte de novos postos de trabalho nos meses anteriores, de certa forma antecipando as contratações que teriam de ser feitas agora. Estamos num momento em que as indústrias estão equalizando sua necessidade de mão-de-obra com a demanda de produção", afirmou.

Esse "ajuste" indicado por Lúcio é exemplificado com a situação da indústria da alimentação, que apesar de registrar um crescimento de 18,1% entre agosto e setembro, apresenta um saldo negativo no acumulado do ano de 11,1%.

"O setor da indústria da alimentação estava demorando para aumentar o número de contratações, mas agora se alinha com o restante da indústria, pois tem ligações com sua atividade", reforça Alexandre Loloian, coordenador da pesquisa.

A jornada de trabalho média em setembro apresentou redução na comparação com agosto: 42 horas semanais ante 44 horas. Segundo o diretor técnico do Dieese, isso decorreu no feriado de 7 de setembro.

"Uma parte significativa das entrevistas realizadas aconteceu depois do feriado, o que influenciou o resultado final. Sempre quando há feriados esse ponto é influenciado", afirmou Lúcio.

A renda média dos trabalhadores teve queda em agosto - mês analisado pela PED. Os trabalhadores ocupados que não possuem registro em carteira tiveram redução de 1,1%, ficando com uma renda média de R$ 1.003, enquanto para os assalariados (com registro) a redução foi de 0,3%, com um salário médio de R$ 1.051.

Caged - Os números da Fundação Seade, que indicam um crescimento de aproximadamente 12 mil novas vagas na região em setembro, contrastam com os do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, que apontam a criação de 6,3 mil vagas no mesmo período.

Os dois indicadores, no entanto, possuem diferenças em sua composição. Enquanto o Caged considera apenas novas vagas na economia formal, o Seade considera também os empregos informais.

Os números da PED, do Seade, são resultado de uma média móvel trimestral - a média entre o mês analisado e os dois meses imediatamente anteriores. Já o Caged pode ser encarado como um "retrato" do registro oficial de contratações no mês.




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