Pelo menos 10 mil funcionários da Volkswagen, de São Bernardo, e da General Motors, em São Caetano, entram em férias coletivas nesta segunda. É a segunda vez neste ano que as montadoras recorrem às férias coletivas pelo mesmo motivo: adequar o tamanho dos estoques nas fábricas e nas concessionárias a um ritmo de vendas menor. A primeira vez foi em julho, quando até mesmo as fábricas de veículos comerciais pararam.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que mantinha a meta de produção de 1,9 milhão de unidades para este ano, baixou o número para 1,8 milhão. De agosto para setembro, o estoque de veículos nas fábricas subiu de 85.719 (20 dias de venda) para 89.589 unidades (29 dias de venda). Nas concessionárias, o estoque em unidades caiu de 118,7 mil para 100,5 mil, mas a média de dias de vendas subiu de 26 para 28.

As férias coletivas para 5 mil dos 8 mil trabalhadores da produção da Volkswagen Anchieta terão duração de 21 dias corridos a partir de hoje, até 5 de novembro, ou de 24 dias corridos se for incluído na conta o último final de semana prolongado. Serão 14 dias úteis sem produção na fábrica que tem capacidade para montar 900 veículos por dia dos modelos Gol, Saveiro, Kombi, Santana e Quantum. As férias coletivas foram acompanhadas do anúncio de um programa de demissão voluntária na unidade. A empresa calcula excedente de 3 mil trabalhadores da produção apenas em São Bernardo, além de pelo menos 500 em Taubaté.

Na GM, de São Caetano, cerca de 5 mil funcionários encerraram a produção na sexta-feira e voltam ao trabalho apenas no próximo dia 29. A fábrica reforçou a produção do Corsa e desacelerou a linha dos modelos Astra e Vectra. Desde julho, a montadora reduziu o ritmo da fábrica de 650 para 480 veículos por dia. Em outubro, a GM abriu um programa de demissão voluntária para todos os 19,6 mil funcionários mensalistas e horistas das fábricas de São Caetano e de São José dos Campos, no interior paulista.