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Médico nazista de 89 anos volta a julgamento
Por Das Agências
09/05/2001 | 10:23
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O dr. Hans Munch, médico nazista em 1943 do campo de concentração de Auschwitz, agora um velho de 89 anos considerado "senil" por peritos do tribunal de Paris no ano passado, será novamente julgado a partir desta quarta-feira na corte de apelações da capital francesa.

"É paradoxal e chocante, quando sabemos de que maneira os nazistas trataram os doentes mentais, fazer-se passar por um deles", declarou em maio do ano passado o representante da Promotoria Pública de Paris.

O promotor apresentou um recurso de apelação contra a decisão da justiça francesa de arquivar, há um ano, um primeiro julgamento de Hans Munch, considerando que ele não era "psicologicamente responsável" por suas opiniões racistas.

Em setembro de 1998, o médico nazista, declarado inocente em 1945 por um tribunal de Cracóvia (Sul da Polônia) e que exerceu depois sua profissão na Baviera (Sul da Alemanha), declarou à imprensa que "os ciganos eram uns vis miseráveis" que desejavam que seus filhos morressem de fome em Auschwitz, e por isso chegou à conclusão de que "a melhor solução era enviá-los à câmara de gás".

Mais de meio milhão de ciganos foram assassinados pelos nazistas em diversos países do Leste europeu durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Munch foi processado judicialmente em Paris "por incitação ao ódio racial e apologia de crimes contra a humanidade".

Entretanto, Munch, ex-oficial das tropas nazistas Waffen SS, que trabalhava no "Instituto de Investigações sobre a Higiene", de Auschwitz, foi considerado senil pelos peritos e não obedeceu à convocação dos magistrados parisienses. ,p> Em dezembro de 1999, peritos do tribunal de Paris confirmaram a senilidade do médico nazista, declarando que "não tinha condições de perceber o que falava". "Sofre de atrofia mental, às vezes tenta ler o jornal ao contrário, não capta o sentido das conversações, não consegue orientar-se no espaço nem no tempo", segundo o informe dos médicos.




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