"É paradoxal e chocante, quando sabemos de que maneira os nazistas trataram os doentes mentais, fazer-se passar por um deles", declarou em maio do ano passado o representante da Promotoria Pública de Paris.
O promotor apresentou um recurso de apelação contra a decisão da justiça francesa de arquivar, há um ano, um primeiro julgamento de Hans Munch, considerando que ele não era "psicologicamente responsável" por suas opiniões racistas.
Em setembro de 1998, o médico nazista, declarado inocente em 1945 por um tribunal de Cracóvia (Sul da Polônia) e que exerceu depois sua profissão na Baviera (Sul da Alemanha), declarou à imprensa que "os ciganos eram uns vis miseráveis" que desejavam que seus filhos morressem de fome em Auschwitz, e por isso chegou à conclusão de que "a melhor solução era enviá-los à câmara de gás".
Mais de meio milhão de ciganos foram assassinados pelos nazistas em diversos países do Leste europeu durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Munch foi processado judicialmente em Paris "por incitação ao ódio racial e apologia de crimes contra a humanidade".
Entretanto, Munch, ex-oficial das tropas nazistas Waffen SS, que trabalhava no "Instituto de Investigações sobre a Higiene", de Auschwitz, foi considerado senil pelos peritos e não obedeceu à convocação dos magistrados parisienses. ,p> Em dezembro de 1999, peritos do tribunal de Paris confirmaram a senilidade do médico nazista, declarando que "não tinha condições de perceber o que falava". "Sofre de atrofia mental, às vezes tenta ler o jornal ao contrário, não capta o sentido das conversações, não consegue orientar-se no espaço nem no tempo", segundo o informe dos médicos.
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