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Estarei no 2º turno no lugar do PT, diz Bruno Daniel

Candidato do Psol em Sto.André aposta em arrancada, pede apoio petista na reta final e prega inovação

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
29/10/2020 | 00:04
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Claudinei Plaza/DGABC


Candidato à Prefeitura de Santo André pelo Psol, Bruno Daniel promete intensificar, a menos de 20 dias, a campanha de rua para difundir sua imagem junto ao eleitorado andreense na busca de ir ao segundo turno. Ele garante que é seu projeto que estará no afunilamento do pleito contra o prefeito e candidato à reeleição, Paulo Serra (PSDB), e declarou que “não cogita hipótese” de o PT estar na reta final da eleição, o que seria inédito na cidade.

Em visita ao Diário, Bruno mostrou confiança na consolidação do projeto do Psol, que ele classifica como o mais inovador para o município. Irmão de Celso Daniel (PT, morto em 2002), prefeito por três mandatos em Santo André, o professor avalia que há o sentimento antiesquerda presente no eleitorado, mas que há parcela de votantes no presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2018 que não compactua com os ideários à extrema direita sustentados pelo bolsonarismo. Diante desse quadro, ele vê a candidatura do Psol viável.

“As pessoas ainda não sabem que sou candidato. A pandemia, de fato, ajudou o Paulinho, que nadou de braçada. Mas acredito que dá tempo (de virar o jogo). Temos um time aguerrido. E, no segundo turno, vamos mostrar que nosso plano de governo pensa realmente no futuro”, comentou.

O prefeiturável avalia que, se for ao segundo turno contra Paulo Serra, terá o apoio do PT, que neste ano lançou a vereadora Bete Siraque ao Paço. Houve conversa para aliança no primeiro turno, mas sem acordo. “Buscamos concepção política ligada a determinada conjuntura. Estamos rapidamente indo para o precipício, em termos de democracia, vidas e meio ambiente. Depois foi trabalhar no sentido de proposta programática. Não avançou no primeiro turno, mas, no segundo turno, vamos estar lá, e vamos contar com apoio do PT com base em programa. Vamos voltar a discutir programa de governo com eles e contar com apoio.” O Psol tem apoio da Rede.

Sobre o fato de a imagem do irmão ser ainda utilizada em campanhas mesmo 18 anos depois do assassinato, Bruno argumentou que não utilizará a figura de Celso “como muleta”, a despeito de avaliar que as inovações que ele diz estarem no plano de governo se assemelham com os pensamentos do parente. “Tenho uma visão mais abrangente da cidade, o Psol tem um projeto que pensa para o futuro e isso pode remeter nas pessoas à figura dele, lembrando como ele era inovador. Podem pensar: ‘Poxa, o Bruno Daniel tem propostas inovadoras e, neste sentido, ele respeita o legado do Celso’. Mas não quero associar meu nome com o do Celso. A campanha não é por aí, é pela proposta inovadora, embora não tenha como não falar do parentesco. Por tudo que fiz em movimentos, por tudo que fiz no Psol, por tudo que estudei na vida. Para mim, ele não é uma muleta na campanha”, disparou, emendando também sua visão sobre os motivos pelos quais Rafael Daniel (ex-MDB, atual PSDB), não conseguiu êxito eleitoral em 2016, quando concorreu à Prefeitura. “Que renovação meu sobrinho propunha estando no MDB?”

Bruno também se mostrou animado com a candidatura de Guilherme Boulos (Psol), líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), à prefeitura da Capital. “(O sucesso do) Boulos impacta positivamente na minha campanha e bastante. O Psol deixa de ser visto como partido radical.” 




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