Artigo

No início de mais um ano, as esperanças se renovam e também a coragem para alcançar as metas. É fundamental que seja assim: de esperança em esperança, vamos avançando e deixando marcas no caminho. Nesses poucos dias do ano, a cidade de Santo André vem renovando sua esperança no futuro. Medidas de impacto são tomadas diante do estado crítico em que o município se encontrava. A mais significativa delas foi a limpeza.

Muitos classificam Santo André como verdadeira floresta. As reclamações chovem na Prefeitura como gotas de tempestade acentuada após a derrota de Aidan Ravin. Aidan cometeu pecado capital ao deixar a cidade parada nos últimos meses de sua gestão. Como se a população tivesse culpa por sua derrota eleitoral, preferiu a tática russa da terra arrasada, no lugar da transição republicana, por vingança contra a população que deu, democraticamente, a resposta ao seu governo. Desafio-o a mostrar o contrário.

A terra arrasada funcionou para os russos contra Napoleão e Hitler, mas, com Aidan, teve o efeito contrário. Os andreenses perceberam que algo melhor está por vir e renovam suas esperanças a cada dia. Voto de confiança renovado pela ação rápida da nova gestão. Santo André acordou, no dia 3 de janeiro, ao som das roçadeiras e enxadas, que se misturavam ao barulho habitual da cidade, levando-nos a pensar: por que chegamos a esse ponto? A gestão anterior não contava com transparência, planejamento, organização e ação da nova administração, que montou força-tarefa para desbravar a mata que ela deixou. Tarefa dura cumprida por gente humilde.

Em quatro ou cinco meses estará tudo limpo. Com efeito, fracassou a condenável atitude de Aidan. Diante desse quadro, que se repete por todo País, chegou o momento de refletirmos sobre o período de transição governamental. As cidades não podem mais ficar reféns da vontade política dos derrotados. O caminho, então, pode ser a revisão da legislação nacional vigente para que garanta transparência ao processo e a manutenção dos serviços vitais dos municípios.

Contudo, o mais espantoso, em Santo André, é que parece não ser só o problema da limpeza que será resolvido. A Rua Oliveira Lima ganha plano de ação real; a iluminação pública parece receber força e o Estádio Bruno José Daniel adquire desenho viável. Qual será o segredo? Creio ser a ousadia de deixar marcas no caminho.

Thiago Rocha de Paula é professor de História.

Palavra do leitor

Estou fora!
Carnaval é um evento que não tem a mínima importância e nenhuma utilidade. Pretexto para as pessoas se embebedarem, abusar das drogas e procurar sexo de maneira irresponsável. E o pior de tudo é que as prefeituras repassam recursos para as agremiações. Nosso dinheiro do IPTU, taxas municipais, Semasa, varrição de ruas etc vai em parte para essa prática patética e dispensável. Não dá para entender por que os governantes ainda não aboliram isso. Porque se não desperdiçassem dinheiro com essa futilidade, talvez não fosse preciso reajustar os preços das tarifas de ônibus tão precipitadamente. Se as administrações municipais reclamam de orçamentos apertados, não deveriam perder tempo com Carnaval. Pura falta de senso evolutivo.
Carlos Alencar Ribeiro
Santo André

Patrimônio
Será que desta feita, com a inclusão de Santo André no PAC 2, conforme este Diário (Política, dia 31), os projetos de reformas do patrimônio histórico realmente sairão do papel? A Vila de Paranapiacaba, principal atração turística regional, finalmente receberá a restauração anunciada há décadas? E o Cine Carlos Gomes, será ‘reconstruído'? Porque nas duas últimas reformas que a administração pública tentou promover, a originalidade do edifício foi totalmente descartada. Na primeira reforma, o prédio foi aleatória e desumanamente modificado, com alteração principalmente da sua fachada, que perdeu totalmente a originalidade. E, com esta reforma, o prédio resultou absolutamente destruído, inclusive no tocante ao teto e às paredes internas, que representavam autêntica obra arquitetônica e artística. Salvem o patrimônio histórico da cidade!
Sérgio Fernandes
Santo André

Mudança
O que tem de mudar é o conceito de democracia. Esse sistema representativo está falido. A democracia é o governo do povo. É o próprio povo que tem de se organizar e decidir as questões de suas cidades.
Daniel de Melo Costa
Brasília (DF)

Pegadinha
O governo, que é muito divertido e alegre, aplicou-nos outra pegadinha! Primeiro, faz estardalhaço dizendo que irá abaixar as contas de luz. Em contrapartida, autoriza o aumento dos combustíveis. Sabemos que pelo menos uns 30% da população não têm luz elétrica em casa, portanto para eles nada mudará. O aumento dos combustíveis atingirá 100% dos brasileiros, uma vez que seus custos estão diretamente ligados à inflação, ao aumento dos alimentos e de todo o resto. Tem pessoas que estão muito contentes e alegres, que são os acionistas da Petrobras, os donos de postos e, por fim, nosso querido governo, que embolsa pelo menos 50% de impostos a cada litro vendido. A você que acreditou na Petrobras, no Proalcool, que irão abaixar impostos, é só mais uma pegadinha.
Ivanir de Lima
São Bernardo

Renan, outra vez!
Acredito que nenhum brasileiro de verdade aceitou, sem uma grande dose de repulsa, a volta do senador Renan Calheiros à presidência do Senado brasileiro. Ele, que já chegou a renunciar para não ser caçado, o que prova que algo muito sério havia contra ele.Há de se perguntar: será que entre os senadores nenhum deles pensa em renovação?Ou submetem-se a isso pensando única e exclusivamente em suas cômodas situações e muito pouco nos interesses de um Brasil renovado. Sai Sarney, também já manchado, entra Renan Calheiros, e a mancha continua. Senhores senadores, quais são suas palavras que justifiquem para o povo o porquê de assim agirem?
Américo Del Corto
Ribeirão Pires