Setecidades Titulo Balneabilidade
Na Billings, apenas Prainha do Riacho está imprópria

Contato com a água traz riscos à saúde; contaminação é causada por esgoto sem tratamento

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
29/12/2019 | 07:00
Compartilhar notícia
Denis Maciel/DGABC


Das cinco praias às margens da Represa Billings monitoradas pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), apenas a Prainha do Riacho Grande, em São Bernardo, está imprópria para banho, conforme último levantamento divulgado na sexta-feira. Isso significa que a água está fora dos parâmetros determinados pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), apresentando riscos à saúde.

Em novembro, projeto Expedição Billings, da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), já havia coletado e analisado amostras de água do manancial. Altos níveis de amônia e fósforo, além de micro-organismos característicos do intestino humano e de animais de sangue quente, foram encontrados, indicando despejo de esgoto doméstico sem tratamento no reservatório. “Detectamos bactérias patogênicas, ou seja, que são causadoras de doenças como gastroenterites, dermatites e conjuntivites”, afirma Marta Marcondes, bióloga e professora da universidade.

A orientação é não nadar, evitar o contato com cursos d’água que afluem às praias e não ingerir água destes locais, assim como não levar animais. A especialista destaca que as doenças são tratáveis, entretanto, apresentam riscos graves a crianças, idosos e pessoas imunossuprimidas. Portanto, ao apresentar sintomas como diarreia, vômito, febre, dor de cabeça, coceira ou mucosas fora do comum, é fundamental procurar uma unidade de saúde e informar que os sinais surgiram após entrar em contato com a represa.

A equipe do Diário esteve no local ontem por volta das 12h30, quando bandeiras verdes indicavam que a água estava própria para banho, o oposto do informado no site da companhia ambiental. Procurada, a Prefeitura de São Bernardo assegurou que faria a troca das bandeiras até às 17h, e que não a fez antes pois não tinha sido notificada pela agência estadual. A Cetesb confirmou a informação.

PREOCUPAÇÃO

Para a manicure Cleonice Pereira de Jesus, 33 anos, moradora da Capital que visitava a Prainha do Riacho Grande pela segunda vez, a qualidade da água é fator essencial. “Tenho medo e sempre procuro saber se a água está própria antes de entrar”, destacou. Ela estava no local com quatro familiares. “Decidimos aproveitar o dia de sol e as férias”, adicionou.

O motorista da Capital Flávio Almeida, 45, optou pelo local pela comodidade. “Nós até íamos para a praia, mas com esse congestionamento não tem condição, acabamos parando por aqui”, disse. Visitando a prainha são-bernardense pela terceira vez, ele garante que só entra na água quando está própria.

A merendeira de Mauá Adriana Giudete, 46, estava pela primeira vez na Prainha do Riacho Grande e se surpreendeu pela “calmaria” do ambiente. “Está muito bom para relaxar e a água está ótima, não tenho do que reclamar”, comentou. Mesma opinião é compartilhada pela auxiliar de limpeza Ionete Maria dos Santos, 37, moradora de Itapevi, na Região Metropolitana de São Paulo. “Meu tio mora aqui ao lado, viemos visitá-lo e acabamos vindo para cá. Está muito bom, nem dá vontade de ir embora.”




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;