Presidente da Câmara de São Caetano, Pio Mielo (MDB) disse que a Comissão de Finanças e os vereadores terão “ independência , resiliência e discernimento” para avaliar o balanço financeiro de 2012, o último do segundo mandato do atual prefeito da cidade, José Auricchio Júnior (PSDB). A contabilidade recebeu parecer negativo do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e será analisada pelo Legislativo dentro de três meses.

“Ainda não li o parecer na íntegra, são nove volumes com quase 1.800 páginas. Mas a comissão e os pares terão independência , resiliência e discernimento para tomarem a melhor decisão a favor da cidade”, discorreu o emedebista. “O TCE tem olhar técnico e contábil, algo extremamente importante. Porém, tem de haver equilíbrio na análise para compreender o que é gasto e o que é investimento.”

As contas de 2012 tiveram de passar por todo processo de avaliação do TCE e da Câmara depois que Auricchio comprovou a ausência de ampla defesa durante a primeira análise. À época, a Corte considerou a prestação irregular e a Câmara manteve o documento, o que deixaria o tucano inelegível – isso aconteceu às vésperas da eleição de 2016, quando a maioria da Casa era aliada ao então prefeito Paulo Pinheiro (DEM), adversário de Auricchio. Como conseguiu anular todo o processo, Auricchio foi candidato naquele ano e venceu Pinheiro no pleito.

Desta vez, embora o TCE tenha novamente questionado o balanço financeiro, a Câmara dispõe de ampla bancada a favor de Auricchio. Ou seja, há tendência concreta de derrubada do parecer negativo. No fim do ano, Pio disse ao Diário que “tinha tendência considerar de maneira favorável (as contas) por entender que gastos são investimentos, em especial no social”.

Ontem, durante solenidade de entrega do auxílio-uniforme para pais de alunos, Auricchio evitou polemizar com o caso. “Acho que o Tribunal de Contas tem padrão de rigidez bastante elevado.” Indagado se espera que a Casa reverta o parecer, respondeu: “Não é comigo, é com a Câmara”.