Política Titulo Eleições 2018
Eleito, Bolsonaro promete respeitar a Constituição

Próximo presidente recebeu 57,7 mi de votos, interrompeu sequência do PT e pregou reduzir a máquina

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
29/10/2018 | 07:00
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Tânia Regô/Agência Brasil


 Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito presidente do Brasil. Ele recebeu 57,79 milhões de votos, 55,13% dos válidos, e superou Fernando Haddad (PT) no segundo turno – o petista obteve 47 milhões de adesões, 44,87% das válidas. Em seu primeiro discurso, prometeu respeitar a Constituição Federal, reduzir a máquina pública e trabalhar pelo equilíbrio fiscal. Por outro lado, criticou a imprensa e falou que o País não poderia mais flertar com o comunismo.

Capitão reformado do Exército e deputado federal por sete mandatos consecutivos, o nome do PSL é o primeiro militar eleito para comandar o Brasil desde Eurico Gaspar Dutra, em 1945 – antes deles, somente Hermes da Fonseca, em 1910, foi militar eleito pelo voto. O último que havia liderado o País foi João Figueiredo, mas durante o regime, que terminou em 1985, quando não havia pleito. A posse de Bolsonaro está marcada para 1º de janeiro.

Considerado fenômeno eleitoral, Bolsonaro é filiado a um partido do chamado baixo clero da política e conseguiu firmar coligação com outra sigla nanica, o PRTB, de seu vice, general Hamilton Mourão. Com discurso de antipetismo, de resgate dos valores da família e da disciplina militar, o parlamentar federal pelo Rio de Janeiro (embora tenha nascido em Glicério, no Interior de São Paulo) interrompeu série de vitórias do PT na corrida presidencial – o petismo havia vencido as últimas quatro eleições nacionais.

“Como defensor da liberdade, vou guiar um governo que defenda e proteja os direitos do cidadão que cumpre seus deveres e respeita as leis. Elas são para todos, porque assim será o nosso governo: constitucional e democrático”, disse Bolsonaro, assim que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) apontou sua vitória matemática. Ele fez seu primeiro discurso pelas redes sociais – ferramentas que impulsionaram sua candidatura – e, depois, se reuniu com lideranças que endossaram sua campanha, como Magno Malta e Onix Lorenzoni (DEM). Sua mulher, Michelle, esteve ao seu lado durante todo o tempo.

“Nosso governo vai quebrar paradigmas, vamos confiar nas pessoas, vamos desburocratizar, simplificar e permitir que o cidadão, o empreendedor, tenha mais liberdade para construir o seu futuro. Vamos desamarrar o Brasil”, emendou o presidente eleito, dizendo ter recebido telefonema do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o cumprimentando pela vitória.

Com discurso radical, Bolsonaro canalizou o sentimento do antipetismo antes mesmo do início da corrida eleitoral. Já no primeiro turno, emplacou vitórias consideráveis – terminou a primeira etapa na liderança, viu seu filho Eduardo Bolsonaro (PSL) ser reeleito deputado federal por São Paulo com 1,8 milhão de votos e impulsionou a bancada do então nanico PSL, que agora conta com 52 deputados federais.

Ainda no primeiro turno, no dia 6 de setembro, foi alvo de atentado durante comício em Juiz de Fora, em Minas Gerais, ao ser esfaqueado na região do abdômen. Ficou 23 dias internado, passou por procedimentos cirúrgicos no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e, desde então, deixou de ir às ruas. No segundo turno, não foi aos debates, alegando orientação médica. Também teve de conter crises criadas por aliados, como quando seu vice criticou o 13º salário ou quando seu filho Eduardo atacou o STF (Supremo Tribunal Federal).




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