Setecidades Titulo Projetos superficiais
Propostas de candidatos para região são genéricas

Confrontados sobre problemas dos sete municípios, João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB) apresentam projetos superficiais para sanar questões como a descentralização da farmácia de alto custo e o deficit na Polícia Civil

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
27/10/2018 | 07:00
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Montagem/DGABC


 À véspera do segundo turno, municípios do Grande ABC seguem longe de ser prioridade nos planos dos dois candidatos ao governo de São Paulo. Confrontados sobre propostas para gargalos da região apontados em painel realizado pelo Diário e pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano), João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB) demostraram ter apenas sugestões genéricas para sanar problemas dos sete municípios que envolvem áreas desde Saúde e Educação até Segurança Pública e Mobilidade Urbana.

A avaliação é dos próprios especialistas, que citaram durante o seminário falhas e soluções plausíveis para a região e que, nesta semana, analisaram as sugestões de cada candidato. Para eles, as propostas dos postulantes ao Palácio dos Bandeirantes carecem de aprofundamento técnico.

Exemplo disso pode ser visto nos compromissos firmados pelos dois para a área de Mobilidade Urbana, no caso a efetivação da construção da Linha 18 – Bronze, que ligaria a região à Capital, por monotrilho, e a integração do transporte metropolitano. Para Andrea Brisida, secretária adjunta de Santo André e coordenadora do GT Mobilidade do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, faltam estudo e comprometimento para a execução dos projetos. No caso de Doria, ela critica a ausência de propostas para o transporte regional. “Falta o comprometimento em estudar e viabilizar a integração do transporte metropolitano, bem como a modicidade tarifária para que os usuários tenham a possibilidade de garantir seus deslocamentos com mais qualidade e economia”. Na proposta de França, ela pondera a fala de se executar primeiros projetos em andamento, deixando de lado a Linha 18 – Bronze. “Entendo que ela deve ser considerada um projeto já iniciado, afinal de contas, seu contrato foi assinado em agosto de 2014.”

O mesmo problema é observado quando o assunto é Segurança. Embora mostrem disposição em sanar o deficit de 654 profissionais na Polícia Civil do Grande ABC, ambos não falam em números claros, como quantos agentes serão contratados e direcionados para os sete municípios. “Nenhum dos dois nega o problema, mas acho curioso quando eles falam que vão sanar a questão a curto prazo sem dar detalhes”, avalia David Siena, delegado de Polícia do Estado de São Paulo e coordenador do Observatório de Segurança da USCS. Segundo o especialista, na prática, a medida parece difícil de ser executada levando em consideração que um concurso público para a corporação leva, em média, um ano para ser totalmente concluído e, posteriormente, agentes necessitem passar por treinamento.

No rol de compromissos firmados ao Diário, Doria e França indicam tirar do papel a descentralização da farmácia de alto custo do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, e ainda aumentar o aporte financeiro ao Hospital Nardini, em Mauá. Porém, os dois não detalham propostas técnicas para os projetos. Na Educação, postulantes citam capacitação de docentes e melhorias na rede estadual, que, na região, perdeu 45 mil alunos nos últimos cinco anos.




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