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Rua atingida por incêndio em Diadema tem cenário de caos
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
29/03/2009 | 07:00
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O cenário de destruição lembra uma praça de guerra. O cheiro forte e a fuligem provocam ardência nos olhos, narinas, mancham o corpo e as roupas. As residências que parecem alvos de bombardeios são, na verdade, o que restou das casas após o incêndio de sexta-feira na empresa de produtos de limpeza Di-All, no Jardim Ruyce, em Diadema.

Um dia após a tragédia, os prejuízos ainda são incalculáveis para as 18 famílias - ou 45 pessoas - que tiveram suas residências diretamente danificadas pelo fogo. Carros, motocicletas, móveis, eletrodomésticos, roupas, documentos, tudo destruído.

Sábado, depois de avaliados pela polícia científica e pela Defesa Civil, os imóveis foram abertos para que os moradores pudessem recuperar o que podiam, ou simplesmente andassem pelos escombros.

Poucos metros distante do galpão, no número 127 da Rua Henrique de Leo, a diarista Ivete Maria Pereira, 61 anos, aproveitou para recolher documentos e peças de roupa na casa onde morava há 40 anos. Andando pelo local, tingido de preto pela fumaça, ela desabafou: "lutei uma vida para ter tudo isso. As pessoas não sabem o que é para um pobre construir um casinha", lamentou Ivete.

Na cozinha, o calor emanado pelo incêndio derreteu parte da geladeira, na garagem, deformou os faróis e partiu o vidro traseiro do carro. Em outro cômodo, sua filha, a analista de suporte Claudine Souza, 33, amontoava pertences em uma mala. Faltava pouco para a família terminar a reforma da residência, que terá de recomeçar do zero. "Tudo que fizemos foi perdido. Restava só a pintura externa", disse.

Na casa ao lado, os dois veículos estacionados no térreo ficaram descaracterizados, só a carcaça indicava o que um dia foi um Fiat Uno e um Ford Fiesta. Na cozinha, o chão não se via, estava coberto pelos azulejos que se desprenderam da parede e por objetos retorcidos, como panelas e móveis.

No andar de cima, o aspecto da construção mais lembrava uma casa que há muito tempo havia sido abandonada, deteriorada pelo tempo.

Do seu quarto, a estudante Samara Rodrigues da Silveira, 18, conseguiu recuperar um par de botas, um de sapatos e poucas roupas. "Foi uma sensação horrível, foi como se estivesse morta.", disse a garota depois de entrar pela primeira vez na casa destruída.




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