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João Bá canta e conta causos em Rio Grande
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
17/12/2004 | 10:52
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Violonista, cantor, poeta, compositor e bom contador de causos, João Bá faz sábado seu primeiro show em Rio Grande da Serra. Será no Teatro Manacá, às 20h. Uma hora antes começa a distribuição dos convites: são 132, quantidade suficiente para ocupar todos os assentos da sala inaugurada em setembro.

A base para o espetáculo é o CD Pica-pau Amarelo, o segundo gravado por João Bá nos estúdios do Imes (Universidade Municipal de São Caetano). "É uma grande geografia desse Brasilzão", diz o músico, referindo-se ao CD e ao show deste sábado.

Os temas, quase todos, têm fundo ecológico. Resultado da cultura empírica do artista, que nasceu em Crisópolis, sertão da Bahia, e percorreu o país sempre de olho nas questões ambientais. "Quando comecei a falar sobre ecologia, as pessoas nem sabiam o que era isso. Perguntavam se era nome de remédio", afirma João Bá, para em seguida lembrar, entre risos, que já tem "mais de 70 anos". São 72, na verdade.

Atualmente, a grande preocupação de João Bá é com os tuiuiús, pássaros-símbolo do Pantanal. Diz o músico baiano que os animais morrem eletrocutados nos fios de alta tensão que cortam a região. Criou até uma música para lembrar da ave, Tuiuiú (antes intitulada Lugar Bonito), que embora não traga o protesto na letra, é sempre acompanhada, nos shows, da leitura de um texto que explica o fato. A composição é resultado de uma parceria com Almir Sater.

Por enquanto, Tuiuiú permanece inédita. Mas do disco novo, João Bá promete tocar, por exemplo, Bicho da Seda, na qual fala sobre a lagarta e seu cobiçado produto, a seda. "Ela nem cobra direitos autorais. Quando muito, come uma folha de amora (risos)".

A outra é O Menino e o Peixe-Boi, em que Bá comenta sobre o animal, muito dócil e presa fácil para o ser humano, que aprecia muito sua carne. A música será tocada com participação especial de Danilo, 16 anos, filho do compositor.

As baleias jubarte são as homenageadas em Abrolhos, canção que trata da longa jornada que esses mamíferos fazem até o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, no sul da Bahia, para ali dar à luz seus filhotes e acasalar novamente. Há, ainda, Anatomia Brejeira, engavetada desde os tempos da ditadura militar porque fazia uma crítica ao poder usando a vida dos pássaros como metáfora. Esta contará com a participação de Vidal França (co-autor) e sua mulher, Mazé, nos vocais.

João Bá diz que, em síntese, será um show "bem à vontade". No palco, ele terá a companhia constante de Julian (violão e voz) e Naná Correia (percussão e voz).

João Bá - Show. Sábado, às 20h. No Teatro Manacá - r. José Maria de Figueiredo, 456, Rio Grande da Serra. Tel.: 4820-1907. Entrada franca. Os ingressos devem ser retirados com uma hora de antecedência.




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