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Microempresários recebem mais que assalariados
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
18/02/2011 | 07:08
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Trabalhar em negócio próprio é mais rentável que ser assalariado, segundo estudo realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), apontando que enquanto 25,31% dos assalariados recebem dois salários-mínimos ou mais, 54,59% dos pequenos empreendedores ganham acima disso por mês.

Este foi o caminho seguido por Nair Oliveira Araújo, 48 anos, que desistiu do emprego na área de controle de qualidade para investir numa loja de presentes com objetivo de ganhar mais. Ela saltou de dois salários por mês para renda líquida de dez salários-mínimos.

Mas é preciso preparação para não se aventurar em negócio próprio. Estatísticas apontam que 60% das novas empresas fecham as portas apenas nos cinco primeiros anos de vida. Por isso, o analista do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) recomenda planejamento, conhecimento do público e do mercado.

O levantamento do instituto identificou que a concorrência é o principal obstáculo para o avanço das micro e pequenas empresas no País. Para 41,2% dos entrevistados, a diminuição da concorrência ou ampliação do número de clientes seria decisiva para o negócio.

Outros dois fatores bastante citados foram a redução de impostos ou taxas (14,9%) e maior facilidade para conseguir crédito (14,3%). O técnico de planejamento e pesquisas do Ipea,Bruno Marcos Amorim, diz que para os pequenos empresários a falta de jornada de trabalho é um dos problemas de gerenciar o próprio negócio. Fatia de 14,7% reclama de não conseguir tirar férias para descansar.

RETORNO - Para o analista do Sebrae, José Roberto Rodriguez da Silva, é preciso estar preparado e dedicar-se integralmente para que a empresa tenha sucesso. "Dando tudo bem, o retorno do investimento virá em cerca de 24 meses, no caso do MEI (Microempreendedor Individual)."

Geralmente aqueles que investem na prestação de serviços têm resultados mais rápidos quando comparados aos donos de comércio, pois estes trabalham com estoque de produtos, pagam aluguel do ponto de venda e salários dos funcionários. "O rendimento de R$ 3.000 mensais pode virar R$ 1.000 devido a esses custos", diz Silva.

Para ultrapassar os dois salários que recebia quando era empregada formalmente a microempresária Nair levou 36 meses. "Minha situação está compatível com o que esperava, mas levou muito tempo. Acredito que apenas no ano passado (11 anos depois) atingi todos meus objetivos", explica a andreense.

Diante dos resultados contabilizados nos 12 anos da sua loja, a empreendedora quer abrir uma pequena fábrica de utensílios domésticos de plásticos (jarra, tijela, copos, caixas) para vendê-los a comerciantes da região. Outro plano é a importação de produtos. "Neste ano participarei de uma feira na China para conhecer os fornecedores."




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