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Arrocho derruba inflação para nível inferior à meta
29/09/2005 | 00:02
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O relatório de inflação do terceiro trimestre, que será divulgado nesta quinta-feira pelo Banco Central, terá um significado especial para os diretores da instituição. Depois das críticas generalizadas à atuação do BC por causa do longo período de juros altos iniciados em setembro do ano passado, o documento vai enfatizar que as projeções de inflação para o ano estão inferiores ao objetivo perseguido pelo Copom (Comitê de Política Monetária), de 5,1% em 2005. No último relatório, em junho, as estimativas do BC para o IPCA de 2005 tinham subido de 5,5% para 5,8%.

A informação de que a estimativa de inflação já está abaixo da meta foi antecipada na ata da última reunião do Copom, que, no entanto, não adiantou números. Além das novas projeções, o relatório vai trazer uma ampla avaliação do comportamento da economia depois do ciclo de alta dos juros.

"Esse relatório tem importância crucial porque vai trazer um quadro favorável para a inflação e a economia", afirmou uma fonte da equipe econômica.

Analistas do mercado financeiro esperam encontrar no relatório sinais adicionais para balizar estimativas sobre o tamanho do próximo corte da taxa Selic. Como a maioria deles espera redução de 0,50 ponto porcentual, a expectativa é de que as projeções do BC possam ajudar a confirmar essa aposta.

Para o gerente de Política Monetária do Itaú, Joel Bogdanski, o relatório deve apontar projeção do IPCA deste ano próxima de 5% e, para 2006, em torno de 3,5%, bem abaixo da meta de 4,5% do próximo ano. Segundo ele, a queda da inflação foi favorecida mais pelo choque da oferta de alimentos nos preços do que pela política monetária do BC. "Tivemos quatro meses seguidos, entre junho e setembro, de queda no preços de alimentos, um grupo com peso de 17% no IPCA."

Para o consultor Amir Kahir, as comemorações do sucesso da política monetária no controle da inflação devem ser vistas com cautela. Ao contrário do que diz o BC, a Selic elevada tem causado inflação, argumentou.

"Devido ao seu elevado nível, a Selic reprime mais a oferta do que a demanda ao desestimular o investimento produtivo." Além disso, a Selic não consegue reprimir a demanda pelo fato de o mercado estar oferecendo crédito mais barato, como os empréstimos em consignação com desconto em folha.

Inflação regional - O Grande ABC registrou inflação de 0,10% na terceira semana de setembro. Na semana anterior a taxa na região foi de 0,06%. Os dados são da pesquisa do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) realizada pelo Inpes/Imes (Instituto de Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano).

A elevação da taxa reflete o reajuste no preço da gasolina, que continuará pressionando o indicador nas próximas semanas. A maior alta foi do setor de transportes (1,9%). Já os grupos de alimentação (-0,45%) e vestuário (-1,83%) seguraram a inflação na região.




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