Copa Sul-Americana. Uma competição sem tradição no continente. Na Argentina, por exemplo, os jornais dão pouca importância ao Boca Juniors, que vem ao Brasil para enfrentar novamente o São Paulo, pelas oitavas-de-final, nesta quarta-feira, às 21h45 (com Globo e Bandeirantes), no Morumbi. Do outro lado, o jogo é encarado como um superclássico. Uma forma de autovalorização para os são-paulinos, que não têm rivais dentro do País, mas que estão com os argentinos engasgados na garganta – no jogo de ida, em La Bombonera, em Bueno Aires, perdeu por 2 a 1.

"Esse jogo vale muito para nós, é como se fosse um clássico regional", afirmou o técnico Muricy Ramalho. "É uma partida mais importante até do que o próprio campeonato, porque, a exemplo do São Paulo, o Boca é um dos melhores times da América do Sul", comentou Muricy.

De fato, a preparação do São Paulo para o confronto com os argentinos foi bem semelhante a um duelo estadual: o time treinou sem a presença da imprensa terça-feira à tarde, e o comandante fez mistério para divulgar a escalação, principalmente de Souza. O meia, que voltou da Argentina de cadeira de rodas, com uma entorse no tornozelo esquerdo, treinou normalmente terça-feira e deve jogar.

Sabor especial - O elenco está mais concentrado do que se fosse um jogo normal – principalmente pela obrigação de ter de reverter a derrota por 2 a 1 sofrida na semana passada, em Buenos Aires.

Após o treinamento recreativo, o time treinou pênaltis. "Não podemos ser derrotados por esse time duas vezes. Não gosto de perder, muito menos para argentinos", completou o treinador.

Muricy já caiu quatro vezes diante do Boca Juniors em torneios sul-americanos: em 2004, na Libertadores, nos pênaltis, quando comandava o São Caetano, e na Sul-Americana, já no Internacional; em 2005, quando dirigia o time gaúcho, novamente na Sul-Americana; e no ano passado, quando os argentinos ganharam a final da Recopa Sul-Americana em pleno Morumbi. (Com Agências)