O status de partido dirigente do PCC "não será eterno se o partido não fizer nada para salvaguardá-lo", escreve o Comitê Central em um documento de 36 páginas onde são enumerados os problemas que o partido deve enfrentar.

"Temos de desenvolver um sentido mais profundo da crise, tirar lições e experiência dos sucessos e fracassos dos outros partidos dirigentes no mundo e reforçar sua capacidade de gestão", aconselha o texto.

As reformas e o desenvolvimento da China chegaram a um "estado crítico e novos problemas surgiram", assegura o informe."A corrupção é uma questão de vida ou de morte para o partido". "É mais que necessário para o partido fazer a guerra contra a corrupção e reforçar sua capacidade para combatê-la", ilustra o texto.

"O Comitê Central está consciente da corrupção no partido, mas se recusa a avançar na reforma política e a admitir que uma reforma política sistemática é a única capaz de combater a corrupção", escreveu a jornalista Gao Yu.

“Inúmeros membros do partido e do governo enriqueceram durante as duas últimas décadas de reforma na China, em grande parte graças aos aluguéis exigidos por propriedades públicas e às 'comissões ilícitas' com as privatizações”, explicou a jornalista. “Quando a abertura e as reformas começaram, importamos o modelo econômico ocidental, mas os métodos democráticos ocidentais foram rejeitados", lembrou.

Para o dissidente Liu Xiaobo, o documento publicado no domingo "não contém realmente nada de novo, pois todas as reformas devem ser feitas sob controle do Partido Comunista". "Embora o documento fale muito de corrupção, não dá realmente novos métodos para erradicá-la", lamenta o dissidente.