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Esquerda articula pacto com oposição no Congresso
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05/12/2010 | 07:19
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Aliados do governo, os partidos da base considerados de esquerda - PC do B, PSB e PDT - articulam um pacto inédito na Câmara com a oposição para se contrapor à hegemonia do PT e do PMDB. Acima das diferenças e da ideologia, esses partidos governistas buscam entrar no jogo político no Legislativo, depois de escanteados pela prioridade dos petistas na coalizão com os peemedebistas, e a oposição procura a sobrevivência.

O acordo é pragmático. Os dois lados sabem das discordâncias entre si e não esperam estar juntos em todos os assuntos no Congresso nem em futuros projetos políticos de poder, mas não aceitam o "prato feito" que tem sido imposto pelos maiores partidos para os próximos quatro anos. O PT e o PMDB dividiram entre eles os dois biênios do comando da Câmara, repetindo o que foi feito nos últimos quatro anos.

O lançamento de um nome alternativo para disputar a presidência da Casa não é descartado por essa nova articulação. Sobre isso, porém, as discussões estão embrionárias.

Antes aliados preferenciais dos petistas, PCdoB, PSB e PDT avaliam que o PT e o PMDB não apenas querem dividir o governo como também tomar conta da política no País, asfixiando os demais partidos. "O PT e o PMDB já resolveram tudo até 2014. A insatisfação é generalizada. Eles decidiram como vai ser e outros partidos ficarão na geral, batendo palmas", disse um líder da base.

No primeiro encontro do grupo, representantes das legendas reclamaram da gestão do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).

"Eles acham que são donos da Casa. Ninguém está satisfeito com essa hegemonia exagerada", afirmou José Carlos Aleluia (DEM-BA).

Os partidos da base já alertaram o PT sobre o pacto. Na quarta-feira, representantes do grupo tiveram reunião tensa com líderes petistas. "A oposição está de braços abertos para nós e o governo está nos virando as costas", avaliou líder.

Nas contas do grupo, com outras pequenas bancadas, o bloco poderá somar cerca de 200 deputados, número suficiente para desequilibrar o jogo parlamentar.




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