Política Titulo São Bernardo
Prefeitura manobra e servidores aprovam proposta
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
16/04/2010 | 07:41
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A manobra da Prefeitura de São Bernardo, de reunir durante a semana os auxiliares de limpeza a fim de explicar a proposta salarial do governo, surtiu efeito. Ontem, em assembleia tensa organizada pelo Sindserv (Sindicato dos Servidores), foram aprovados os benefícios sugeridos pelo Executivo, os quais não contemplam toda a categoria.

Segunda-feira, quarta-feira e ontem os auxiliares de limpeza foram convocados para reuniões administrativas, nas quais foram debatidos os termos da proposta do governo Luiz Marinho (PT). Os encontros foram em horário de expediente, com concessão de vale-transporte aos que compareceram ao Centro de Referência ao Idoso.

Apesar de alguns funcionários reclamarem de pressão da administração para aprovação dos benefícios, a Prefeitura afirma que apenas foram dados esclarecimentos sobre o assunto. Mas o fato é que o pessoal desse setor se mobilizou e compareceu em massa na assembleia.

Os trabalhadores da limpeza se enquadram na proposta de aumento do piso dos servidores, que passará de R$ 609 para R$ 703. "Temos que aprovar porque não vamos ter mais nada neste ano. Estamos comendo coxinha e pagando aluguel caro", defendeu a auxiliar Andréia Pretec. Também foram avalizados aumento no vale-alimentação de R$ 5,02 para R$ 8, para toda a categoria, e reposição salarial de 6,44% a 13% para 289 cargos, correspondentes a 5.000 funcionários.

Entretanto, 272 funções, equivalente a 8.000 trabalhadores, não receberão repasse em 2010, o que gerou tumulto na assembleia. Isso causou divisa entre os trabalhadores. De um lado, as auxiliares de limpeza; de outro, o restante dos servidores. "A Prefeitura quer exatamente isso, que a gente fique dividido", disse o guarda municipal Josias de Carvalho.

"Nossa pauta de reivindicações (apresentada dia 18 de fevereiro) foi justamente para não fazer divisão. Pretendíamos englobar todos os servidores (com 16,5% de reajuste)", defendeu o presidente do Sindserv, Carlos Roberto da Silva, o Ketu.

O funcionário da Secretaria de Cultura Manoel Hélio ressaltou que havia a possibilidade de apresentar uma proposta intermediária, colocando para votação apenas o aumento do piso salarial e o restante continuaria sendo negociado com a administração. "Vamos jogar o problema no colo do prefeito", pediu, em vão, pois a ideia foi rejeitada.

Em seguida, Manoel atacou a direção do sindicato. "São covardes e foram coniventes. Não somos contra os auxiliares de limpeza, mas podíamos votar separadamente as coisas."

"Colocamos tudo para votar, todos os requerimentos. Mas tudo foi reprovado. Foi um processo democrático", destacou Ketu.

Agora, o Sindserv recua no estado de greve e passa a discutir com o Executivo o plano de cargos e salários, que deve ser finalizado no ano que vem. Também continuam encontros setoriais, com assuntos específicos de cada secretaria, mas sem reivindicações salariais, que deve voltar à pauta no início do ano que vem.




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