Economia Titulo Indústria
Paulo Skaf enaltece investimento em S.Bernardo
Por Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
10/03/2010 | 07:00
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O investimento de cerca de R$ 42,7 milhões da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) em São Bernardo voltou ao foco de discussões ontem. Em visita à Prefeitura da cidade, o presidente da entidade, Paulo Skaf, enalteceu as obras para ampliação das instalações nos centros do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e Sesi (Serviço Social da Indústria).

Ele afirmou ainda que a Prefeitura já definiu a área para abrigar a Indústria do Conhecimento. Com cerca de 37.129 alunos matriculados, o Senai de São Bernardo receberá R$ 28,6 milhões do montante repassado pela Fiesp, enquanto o Sesi, com 1.099 alunos, ficará com R$ 14,1 milhões. Segundo Skaf, os valores serão destinados, na maioria, para reforma geral dos prédios e para implementação do ensino em tempo integral no Sesi de São Bernardo. Os alunos ainda ganharão novo espaço esportivo com quadra coberta que será entregue em maio.

Ainda de acordo com o presidente da Fiesp, o local para ser instalada a Indústria do Conhecimento já foi definido pela Prefeitura de São Bernardo. Agora, a direção do Sesi analisa a documentação para liberar as obras na área. O local escolhidonão foi divulgado.

Já no Senai, a soma garantirá a modernização do núcleo de tecnologia do mármore e do granito Valter Peres Fortunato, que hoje ocupa a vaga de maior centro da prática da América Latina.

A Fiesp destina R$ 230 milhões para o Grande ABC, sendo que deste valor R$ 140 milhões são para o Senai e R$ 90 milhões para o Sesi. O aporte garantirá cerca de 100 mil matrículas até o fim de 2011.

MELHORIAS - Ainda durante a visita, Skaf afirmou que o País deve crescer 6% neste ano. "No ano passado, nessa época, estávamos no meio da crise, sem enxergar com clareza a extensão dela e agora, estamos iniciando o ano com cenário positivo" comemorou.

CAUTELA - Para o executivo, o Brasil já retomou o ritmo de crescimento e geração de empregos em nível muito mais rápido do que outros países. "Temos de ter cautela em relação a isso, até porque teremos eleições majoritárias em 2010", disse.

O presidente avalia ainda que as indústrias brasileiras devem crescer em ritmo acelerado neste ano. "O Brasil ainda está saindo da crise. Estamos com folga da produção. A indústria aumentou 10% no ano passado e vai crescer mais 15% em 2010."

Por conta da proximidade das eleições presidenciais, Skaf revelou que é contra a votação da redução de jornada para 40 horas semanais para este ano. "Esse é um momento inoportuno para isso. Criar essas discussões agora pode confundir o interesse das pessoas com o político. Em véspera de eleição não é momento para votar esse tipo de projeto. O Brasil não acabará neste ano, não há motivo para essa pressa na votação", alertou.

Meirelles e Skaf discutem Selic amanhã

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, participará de reunião amanhã com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sobre a alta da Selic (taxa básica de juros). Segundo Skaf, a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil) pode optar por aumentar o índice, o que, segundo ele, seria um erro.

"No momento em que o mundo está em crise e o Brasil está com cenário diferente, não podemos brincar. Subir a taxa selic, aumentar juros agora é uma brincadeira de mau gosto."

Ao telefone com Meirelles, Skaf prometeu apresentar estudos sobre a capacidade de produção das empresas. O presidente da Fiesp atesta que a indústria ainda tem fôlego para novo crescimento, sem a necessidade de variação dos juros. "Existem dados do Banco Central que não correspondem à realidade, o que gera uma preocupação que não é conveniente", disse Skaf ao presidente do BC.

Segundo Skaf, a elevação da Selic só deve trazer problemas à economia brasileira neste momento. "Agora, isso significaria aumentar gasto público, provocar sobrevalorização do real, tirar competitividade dos produtos brasileiros e desestimular o crescimento do País."

Skaf quer convencer Meirelles a rever as taxas da Selic. "Não tem razão nenhuma subir juros quando estamos com folga de produção, não tem inflação de demanda. Estamos no centro da meta, que é 4,5%. Vamos lutar com unhas e dentes para segurar isso."




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