Cultura & Lazer Titulo Centenário
Começa amanhã ano do escritor Joaquim Nabuco
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16/01/2010 | 07:00
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O Ano Joaquim Nabuco, que se inicia oficialmente amanhã, data do centenário de morte do líder abolicionista e escritor, com eventos no Rio de Janeiro e Recife, já surpreende em especial seis pessoas: Sylvia Maria, a Vivi; José Thomaz; Joaquim Aurélio; João Maurício; Maria do Carmo, a Nininha; e Afrânio. Tratam-se dos netos de Joaquim Nabuco (1849-1910).

"Estou admirado com a repercussão da iniciativa", diz João Maurício. "É muito bom saber que meu avô continua a ser lembrado". Como Nabuco se casou tarde, aos 39 anos, e José Thomaz era o caçula, os netos não conheceram o avô. "Nunca o vi como um homem da família, e sim como figura pública", diz João Maurício.

José Thomaz também conta que primeiro se familiarizou com a importância e a obra do avô graças ao que lhe foi ensinado na escola. "O pouco que sabemos dele na intimidade se deve a algumas lembranças do nosso pai, que tinha apenas 7 anos quando ele morreu." Uma lembrança recorrente entre os netos, que moram no Rio, é a do avô limpando os amplos bigodes do ovo que comia todas as manhãs, segundo o pai lhes contava.

Todos, porém, guardam alguns objetos pessoais e documentos deixados por Nabuco, muitos dos quais emprestados para a mostra Joaquim Nabuco, Cidadão do Mundo, já exposta no Rio e que deve correr capitais neste ano. Entre eles, estão: o tinteiro, o relógio e a espada do presidente norte-americano Theodore Roosevelt, enviado a Nabuco quando embaixador em Washington, em 1907.

Nininha é a que soa mais entusiasmada ao falar do avô. "Sou louca por ele", diz. "Ele pregou a revolução pela paz, sem luta de classes. Era muito moderno e com apenas 19 anos advogava para escravos. Ao mesmo tempo, era essa personalidade única, porque nunca se beneficiou de nada". Também lembra que a avó, Evelina, tinha apenas 38 anos quando Nabuco morreu e que jamais tirou as roupas pretas, de luto, e uma folha de hera de ouro no pescoço, que simbolizava sua fidelidade. "Era de uma religiosidade muito suave, delicada, e acho que influenciou meu avô nisso", diz.




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