Economia Titulo Vagas
Serviços puxam emprego em ano de crise
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
30/12/2009 | 07:00
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Em um ano em que o emprego foi bastante prejudicado por conta da crise econômica, o setor de serviços foi o principal gerador de vagas no Grande ABC.

De janeiro a novembro, foram criados 7.257 postos de trabalho no segmento. O comércio apareceu na sequência, com 3.978 vagas. A indústria, por sua vez, amargou a perda de 9.473 postos no ano. Isso é o que apontam os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

A região possui saldo total de 2.753 vagas geradas até novembro. Os municípios que mais geraram vagas foram aqueles que têm menor presença da indústria, principalmente automobilístca, e maior de serviços e comércio. É o caso de Santo André (3.226 postos), de Mauá (944), Rio Grande da Serra (301) e de Ribeirão Pires (249).

Já São Bernardo (-875) - que abriga as fábricas das montadoras Volkswagen, Mercedes-Benz, Scania, Ford, Toyota -, São Caetano (-277) - sede da General Motors - e Diadema (-815) - que possui inúmeras autopeças e sistemistas - possuem saldos negativos.

Segundo o secretário do Desenvolvimento Econômico de Santo André, Vanderlei Retondo, desde junho o setor de serviços - que no início da crise, em setembro de 2008, tinha sido o mais prejudicado - começou a se recuperar. "Em Santo André, a partir de agosto, somente com a instalação de uma unidade da Atento (empresa que terceiriza telemarketing), pelo menos 1.000 pessoas foram empregadas", conta Retondo.

Outro fator que contribuiu para o saldo do município ficar positivo foi o comércio. "Temos dois grandes shoppings, além da rua Oliveira Lima, o que nos propicia a geração de mais vagas", justifica o secretário.

São Bernardo, Mauá e Diadema possuem apenas um grande complexo de compras, e São Caetano, um pequeno.

"O grande vilão desta história foi a indústria, o último setor a entrar na crise (pois estava sendo sustentado por pedidos que já haviam sido feitos meses atrás) e, portanto, o último a sair. De qualquer maneira, ele já está começando a se recuperar. A Pirelli e a Bridgestone já voltaram a exportar", conta.

A vantagem do município é ter uma carteira diversificada de clientes industriais, fornecendo tanto para o mercado de reposição como para a linha branca.

RECUPERAÇÃO - De acordo com Fausto Cestari Filho, diretor executivo do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, no fim do ano quem contrata é o comércio, e quem demite, a indústria. "A maioria das montadoras trabalha com 70% de seu programa em novembro, e 50% em dezembro. Como as vendas são boas no período, elas aproveitam para desovar estoque e fazer caixa, em vez de mantê-lo", afirma. Durante o ano todo, a política é investir em um alto estoque.

Cestari, portanto, acredita que a recuperação deva começar apenas no início do ano que vem, quando os pedidos recomeçam a ser feitos.

A indústria têxtil também tem a questão da sazonalidade. "Dependendo da estabilidade do mercado, ela demite entre as coleções, então entra no índice de desemprego uma parcela de mão-de-obra que não faz parte da atividade contínua da indústria", pontua o diretor.




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