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Lei de cotas emprega 18 mil trabalhadores na região

Emenda que garante a inclusão de portadores de necessidades especiais no mercado faz 1 ano amanhã

Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
23/07/2009 | 07:00
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Prestes a completar sua maioridade amanhã, a Lei de Cotas no Brasil - emenda que garante a inclusão de portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho - demonstra que tem avançado ao longo dos anos.

Segundo dados da SRTE/SP (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo), órgão do Ministério do Trabalho e Emprego, ela garantiu a inclusão de 97.502 pessoas com deficiência no mercado de trabalho no Estado de São Paulo .

No Grande ABC, até primeiro semestre deste ano, o programa de inclusão inseriu 18.772 pessoas com deficiência no mercado. O número representa 19% do total de pessoas deficientes que hoje ocupam uma vaga (97.502).

"A lei de cotas foi um marco legal que mostra, ano a ano, resultado satisfatório. Os empresários precisavam saber incluir esses profissionais dentro das empresas. Hoje, as companhias sabem que todos são capazes de desenvolver bons trabalhos, só precisam estar nas funções certas", comentou Marcelo Vitoriano, gerente de inclusão e capacitação profissional da Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência).

De acordo com a SRTE/SP, o Estado tem 10.908 empresas enquadradas na Lei de Cotas. Juntas, elas são responsáveis por 257.686 vagas a serem preenchidas - são 123.467 destinadas a contratação de pessoas com deficiência.

"Somente com a criação dessa lei o cenário começou a mudar. Quando as empresas se viram fiscalizadas, as portas para pessoas com deficiência se abriram. Foi um mal necessário, afinal todos precisam ter os mesmos direitos e deveres", explicou a psicóloga da Fundação Dorina Nowill para Cegos, Tânia Jung.

Ela contou que, geralmente pessoas com algum tipo de deficiência (seja mental, visual, física, auditiva etc) se adaptam muito bem em departamentos administrativos, TI (Tecnologia da Informação), call center, entre outros. "O investimento que as empresas precisam fazer para adaptar um funcionário deficiente não é grande. Os treinamentos, as cobranças, as funções são as mesmas. O que pode mudar é quanto ao fazer uma rampa ou comprar um software para o computador", exemplificou.

Para Mônica Villa, diretora do Instituto Talentos Especiais, o fundamental é que na hora de contratar, a empresa não deve subestimar o colaborador só porque ele tem incapacidades físicas. É importante analisar até que ponto essa deficiência pode ou não interferir diretamente no trabalho executado, afinal, uma pessoa com limitação física no pé, por exemplo, pode trabalhar em informática ou em webdesign, sem afetar sua produtividade.

Segundo Superintendência Regional do Trabalho três setores se destacam na contratação de deficientes no Estado: indústria da transformação, área administrativa e serviços complementares, e por fim, o comércio. "A lei prevê a sensibilização e orientação dos empresários, com monitoramento mensal de metas de inclusão nas empresas", disse a entidade.

LEGISLAÇÃO - A Lei de Cotas, ou lei nº 8.213/91, completará 18 anos amanhã. Ela determina a reserva entre 2% e 5% de vagas de emprego em empresas com 100 ou mais funcionários.




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