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Judeus visam ampliação
da cultura no Grande ABC

Hoje se comemora o Dia da Imigração Judaica; apenas 638
moradores da região se declararam judeus, segundo o IBGE

Por Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
18/03/2013 | 07:00
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A comunidade israelita busca ampliar a cultura judaica no Grande ABC. Segundo último levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 638 moradores da região declararam ser judeus em 2010, equivalente a apenas 0,02% de toda a população das sete cidades. A pesquisa ainda apontou que o número de seguidores da religião em 2000 era de 691, 8% maior que a quantidade atual.

"Antes, tínhamos mais gente. O que aconteceu é que muitos foram para São Paulo ou morreram", disse o rabino Yosef Tawil, da Associação Religiosa Israelita de Santo André.

Um dos fatores que comprovam as poucas raízes judaicas no Grande ABC é que não há sequer um restaurante na região especializado em comidas típicas, como guefilte fish (bolinhos de isca de peixe) com ghrein (molho frio de beterraba cozida, vinho tinto e raiz-forte) e o matza (pão não fermentado). "Só achamos em São Paulo ou aqui na sinagoga em dias de festa", comentou Tawil.

Outro fato que ilustra o baixo número de judeus na região é que existem apenas dois templos da religião nas sete cidades, um com grande estrutura, em Santo André, e outro menor, em São Caetano. "Há muito trabalho a fazer. A ideia do judaísmo é procriar família, casar e ter filhos. Então, a expectativa é aumentar o povo judeu no Grande ABC", explicou o rabino.

Em 2008, o Congresso Nacional instituiu hoje como o Dia Nacional da Imigração Judaica, com a justificativa de que essa seria a data para homenagear a contribuição do povo judeu na formação social, política, econômica e cultural do Brasil. No entanto, nem todos os religiosos sabem disso. "Nem tinha conhecimento, mas é importante termos um dia para sermos lembrados", comentou o rabino.

TRADIÇÕES - Entre as principais tradições judaicas está o shabat, dia sagrado durante a semana em que os israelitas não trabalham e se dedicam apenas às ações religiosas. "Como Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo, nossa ideia é, uma vez por semana, se desconectar do mundo e se dedicar ao espiritual, no sábado", explicou Tawil.

Com significado diferente, a Páscoa judaica recebe o nome de Pessach e relembra a passagem do povo judeu pelo Mar Vermelho, depois de ser libertado da escravidão no Egito. A celebração dura uma semana. "Nessa data, comemoramos o nascimento do povo judeu. Então, nos tornamos os escolhidos por Deus para levar luz às nações, que significa dar exemplo de boa conduta moral e ética", afirmou o rabino.

Entre as principais datas comemorativas judaicas estão o Yom Kippur (Dia do Perdão) e Rosh Hashaná (Ano-Novo), ambos em setembro.

 




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