Com hemorragia vaginal, Bárbara Chavatti Couto, 20 anos, começou sua peregrinação por atendimento médico na manhã de sábado, no Hospital da Mulher, de Santo André, aventura que só terminou ontem, no início da tarde. Ela buscou atendimento nos seguintes lugares: CHM (Centro Hospitalar Municipal), PA (Pronto Atendimento) Central, PA Bangu, US (Unidade de Saúde) da Vila Helena, voltou ao Hospital da Mulher e até tentou uma consulta gratuita em São Bernardo, mas foi tudo em vão.

 Sem conseguir um diagnóstico dos clínicos gerais desses locais, e, segundo ela, medicada erroneamente no Hospital da Mulher, a única alternativa que lhe restou foi pagar R$ 50 por uma consulta com um ginecologista no Hospital Coração de Jesus, também em Santo André, que é particular. Além disso, gastou mais R$ 53 para firmar um plano de saúde, no mesmo hospital, a fim de garantir descontos na ultrassonografia transvaginal e demais exames laboratoriais, que deverão integrar seu tratamento.

 "Passei por vários dissabores. Na US da Vila Helena, por exemplo, o ginecologista estava doente, no Hospital da Mulher, um médico contradisse o outro colega, e mesmo sangrando marcaram meu exame somente para o dia 10." O gestor da qualidade do Hospital da Mulher, Rogério dos Reis Brito, afirmou que a unidade é referência na região, tendo realizado no mês passado 350 partos e 700 procedimentos ginecológicos. "Sempre trabalhamos dentro das normas da instituição, porém, decidimos antecipar o exame da Bárbara para amanhã (hoje)."

 A Prefeitura de Santo André explica que os casos de urgência de ginecologia são tratados no Hospital da Mulher. Apesar disso, informa que todas as suas unidades de Saúde contam com ginecologistas que oferecem atendimento ambulatorial mediante agendamento. Ainda segundo a Prefeitura, cabe aos clínicos gerais dos PAs, conforme avaliação clínica, encaminhar o caso para a unidade de referência.