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Europa pressiona EUA em encontro
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18/10/2008 | 07:04
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As expectativas americanas e européias pareciam ontem muito distantes, na véspera do encontro sobre a crise financeira mundial entre o presidente George W. Bush, seu colega francês, Nicolas Sarkozy, e o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso.

Procedentes do Canadá, Sarkozy e Durão Barroso se reúnem hoje à tarde, na residência presidencial de Camp David, perto de Washington, na tentativa de convencer Bush e os americanos a aceitar uma "refundação" do sistema financeiro mundial.

Bush admitiu ontem a necessidade de uma reforma do sistema, mas, a três meses de deixar a Casa Branca, o presidente disse que essa tarefa cabe a seu sucessor, ressaltando que deve ser "uma prioridade" para o próximo ocupante da Casa Branca.

O presidente Bush não esclareceu, porém, se falava apenas do sistema americano, no momento em que os europeus reivindicam uma reforma completa e propõem instaurar uma espécie de supervisão mundial dos mercados, que se assemelharia ao FMI (Fundo Monetário Internacional).
Durante um discurso em Washington, Bush advertiu para as "conseqüências indesejáveis" que uma nova regulação não deve ter, segundo ele, na atividade econômica e defendeu as virtudes do "capitalismo democrático".

"Não devemos perder de vista nunca os enormes benefícios trazidos pelo sistema de livre-empresa. Apesar dos corretivos nos mercados e apesar de determinados abusos, o capitalismo democrático continua sendo o maior sistema já concebido", frisou.

A porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, tentou acalmar as expectativas sobre as discussões de hoje. "Posso lhes assegurar que não acho que vamos reescrever Bretton Woods em Camp David", brincou Perino, referindo-se aos acordos firmados em 1944 que fundaram o atual sistema financeiro, após a Segunda Guerra Mundial, e cuja revisão é reclamada pelos europeus.

Perino disse ainda não esperar que Bush, Sarkozy e Barroso anunciem hoje a data e o local de uma cúpula. Sarkozy voltou a insistir na urgência de uma cúpula antes do fim do ano. "Se nós esperarmos pelo novo presidente americano, isso significa, no melhor dos casos, que vamos nos reunir na primavera (hemisfério norte). É aceitável", disse.




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