Política Titulo Fraude
Gaeco investiga relação
de G8 e Luiz Marinho

Ministério Público apura contratos da empresa integrante
de cartel de Londrina com a Prefeitura de São Bernardo

Raphael Rocha
Rogério Santos
01/03/2013 | 07:00
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O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) Núcleo ABC investiga desde janeiro os contratos da G8 Comércio de Equipamentos, Serviços e Representações com a Prefeitura de São Bernardo, comandada por Luiz Marinho (PT).

A empresa é apontada pelo Ministério Público de Londrina, no Paraná, como integrante de cartel de fornecedoras de uniformes escolares que fraudava e superfaturava licitações.

A apuração foi aberta no dia 7 de janeiro e está em fase inicial. Os investigadores do Gaeco tentam checar se a administração petista foi alvo de esquema criminoso cometido pela G8 semelhante ao constatado na prefeitura de Londrina. Na gestão do ex-prefeito Homero Barbosa Neto (PDT), promotores comprovaram desvio de R$ 3,1 milhões em contratos firmados pelo Paço local com a G8 e com a Capricórnio S/A. Juntos, os convênios renderam R$ 6,4 milhões às companhias.

O modelo fraudulento em Londrina teve como base três atas de preço registradas em licitação de 2009 e 2010 da Secretaria de Educação de São Bernardo, para aquisição de uniformes escolares para a rede pública. Valendo-se de documentos autorizados pela secretária Cleuza Repulho, o ex-prefeito da cidade paranaense dispensou licitação para contratar a G8 e a Capricórnio. Homero Barbosa Neto confirmou ter recebido propina. Foram 19 pessoas indiciadas por fraude à licitação, peculato, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e falsidade documental.

Uma das licitações do Paço são-bernardense - para distribuição de mochilas e bolsas a alunos do sistema educacional - abrigou três empresas apontadas pelo MP do Paraná como integrantes do cartel. Pela denúncia, o grupo agia para simular pregões, já que previamente combinavam vencedor e preços.

Somente de São Bernardo, a G8 embolsou R$ 42 milhões em cinco contratos firmados com o governo Marinho. Em 2013, a gestão petista depositou R$ 5,9 milhões na conta da Fio Paraná, empresa que sucedeu a G8. O valor foi repassado dia 6 de janeiro, um dia antes da abertura da investigação no Gaeco regional.

A Prefeitura não tem comentado a relação com a G8.

 

CLEUZA

Baseado em reportagens publicadas pelo Diário, o munícipe Marcelo Sarti levou à Justiça um dossiê sobre irregularidades cometidas na gestão de Cleuza em São Bernardo e durante o período em que ela atuou como titular da mesma Pasta em Santo André, entre 2005 e 2008, com ex-prefeito João Avamileno (PT).

Um dos últimos casos detectados pelo morador - e incluído na representação ao Ministério Público - foi a multa de R$ 5.811 aplicada à secretária pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) pelo contrato emergencial para compra de merenda escolar, considerado irregular pela Corte.

Em 2010, a Prefeitura firmou acordo sem licitação com a empresa Roca Distribuidora para fornecimento de produtos alimentícios à rede pública. A administração desembolsou R$ 3,1 milhões pelo convênio. Ao TCE, a Prefeitura alegou falha no estoque para admitir a Roca sem licitação, mesmo sabedora do fim do contrato com a antiga prestadora.

"Desconheço em mais de 50 anos acompanhando política da existência de algum nome na região que tenha um histórico tão grande de malfeitos como é o caso da secretária Cleuza Repulho", disse Sarti.

Apesar das polêmicas em Santo André e São Bernardo, Cleuza foi convidada pelo prefeito da Capital, Fernando Haddad (PT), para atuar em sua gestão, mas não foi liberada por Marinho.




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