Setecidades Titulo Santo André
Concreto despenca
do 13ºandar do Paço

Acidente aconteceu no prédio da Prefeitura de Santo André
enquanto empresa fazia mapeamento dos riscos na estrutura

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
27/02/2013 | 07:00
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A queda de pedaço de concreto de aproximadamente um metro de comprimento da estrutura da janela do 13º andar do prédio da Prefeitura de Santo André voltou a assustar moradores da cidade e funcionários do local na tarde de ontem. O incidente aconteceu quatro meses depois de servidores relatarem tremores no imóvel, construído na década de 1960. O bloco caiu durante inspeção realizada pela empresa Falcão Bauer, contratada ao custo de R$ 382,1 mil para identificar riscos estruturais no edifício.

O bloco despencou por volta das 15h e ultrapassou área interditada na lateral do prédio. Ao bater no chão, os estilhaços quebraram um dos vidros do Teatro Municipal. Apesar de não ter atingido ninguém, a queda do concreto intensificou a atenção daqueles que trabalham e circulam diariamente por ali. "Meu filho estava brincando lá perto. Ele poderia estar morto agora", revolta-se uma funcionária pública, que não quis se identificar.

Outros frequentadores chamavam a atenção para o fato de parte do material ter caído fora da área delimitada pela faixa de interdição, colocada pela Falcão Bauer para a realização do serviço, feito por meio de rapel. "Imagina se isso acontece na hora do almoço, quando o pessoal circula mais pelo Paço?", questiona a vendedora ambulante Luciana Vecchi, 34 anos.

Segundo ela, após ter ouvido o barulho, só foi possível avistar uma fumaça branca, resultado do contato do concreto com o chão. "Todo mundo saiu correndo, assustado, para ver o que tinha acontecido. Depois de o Paço ter tremido, as pessoas estão mais atentas."

Desde o dia 4, a Prefeitura mantém contrato com a Falcão Bauer para elaboração do laudo estrutural do prédio, com prazo de conclusão de 120 dias. Para tanto, vem sendo realizada vistoria técnica por meio de rapel, com o objetivo de fazer a inspeção visual tátil da construção de 58 metros de altura. Durante os trabalhos, parte do recobrimento de concreto da viga se destacou das ferragens, processo chamado de desplacamento, o que causou o incidente. A administração disse que, entre as primeiras providências, houve o isolamento da área. A queda do bloco não teria afetado a estrutura do prédio, conforme o Executivo.

TREMORES

A partir da denúncia de tremores no prédio, em outubro, tramitam no Fórum processos judiciais sobre o caso. Apesar de o Ministério Público ter entrado com ação civil pública que pede a desocupação do espaço, que recebe cerca de 1.000 pessoas diariamente, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo descartou a interdição imediata no dia 6.

A Justiça já havia determinado, em outubro, que a Prefeitura contratasse, em 15 dias, empresa para apontar possíveis danos estruturais no imóvel. Na época, a administração assinou com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), no entanto, não foram acusadas vibrações significativas depois de retirada sobrecarga de arquivos do 15º pavimento.




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