O governador Geraldo Alckmin (PSDB) assegurou ontem a construção de dois piscinões cobertos em São Bernardo.

Após reunião com o prefeito Luiz Marinho (PT), à tarde, no Palácio dos Bandeirantes, Alckmin garantiu a liberação de R$ 50 milhões para a construção de um reservatório nas imediações do Paço. E anunciou que construirá outro na região do bairro Jordanópolis (chamado de Pindorama), em terreno que será doado pela Prefeitura. Ainda não há valor definido para esse segundo reservatório.

A construção de um piscinão na área do Paço foi uma das promessas de Marinho durante a campanha à reeleição. O projeto do petista prevê ainda a construção de um estacionamento vertical no local, esse com dinheiro dos cofres municipais ou da União. O investimento total no reservatório será de R$ 275 milhões. Além dos R$ 50 milhões do Estado, R$ 225 milhões serão oriundos de verba da Prefeitura e da União.

A assinatura do convênio para a liberação da verba estadual deve ocorrer em visita que Alckmin fará a Marinho em São Bernardo, em data a ser definida. "Estamos acertando as datas, será agendada uma visita dele (Alckmin), provavelmente com o secretário de Saúde (Giovanni Guido Cerri), para possivelmente irem ao Hospital de Clínicas", disse Marinho, ao referir-se à unidade que terá equipamentos comprados pelo Palácio dos Bandeirantes, no valor de R$ 20 milhões.

A princípio, o piscinão seria aberto, mas Marinho definiu com Alckmin a construção de coberto, com a Prefeitura complementando o custo da obra.

A construção dos piscinões visa potencializar a macrodrenagem em São Bernardo e reduzir o problema das enchentes nos períodos chuvosos, um dos grandes gargalos em São Bernardo e no Grande ABC.

O assunto é pauta recorrente no Consórcio Intermunicipal. Apesar disso, as discussões não têm avançado como esperado. O tema envolve também a divisa com a Capital, com a construção do piscinão Jaboticabal, travado desde 2008. A concretização do reservatório depende de liberação de área pela cidade de São Paulo. A previsão é de que a obra seja numa área de 160 mil metros quadrados.

HOSPITAL DE CLÍNICAS

Na visita a Alckmin, Marinho também pleiteou mais um repasse para o Hospital Municipal de Clínicas, que está sendo construído no Grande Alvarenga. No ano passado, Alckmin anunciou R$ 20 milhões para a compra de equipamentos, Marinho espera conseguir outros R$ 23 milhões. "Estamos avaliando a liberação de mais recursos", disse o governador.

Uma das principais promessas de campanha de Marinho ainda em 2008, mas não cumprida ao término do primeiro mandato, em dezembro de 2012, a unidade está em obras desde 2010. A previsão era começar a atender a população no ano passado, o que não ocorreu.

Agora, a expectativa é de que fique pronto até o fim do ano, ao custo de R$ 140 milhões (R$ 120 milhões do governo federal e R$ 20 do município). O complexo fica numa das regiões mais populosas da cidade.

Metrô terá estação na rua da casa de Lula

A Linha 18-Bronze do Metrô, que vai ligar a Estação Tamanduateí, na Capital, até São Bernardo, ganhará mais uma estação em sua primeira fase, terminando próxima à Avenida Prestes Maia, onde mora o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), padrinho político do prefeito Luiz Marinho.

Marinho tratou ontem, durante a visita ao governador Geraldo Alckmin, da ampliação da linha que a princípio terminaria no Paço. A estação vai desembocar no corredor Leste-Oeste, que está em construção.

O prefeito afirmou que a alteração não acarretará mudanças na segunda fase do projeto, de levar o monotrilho até o Grande Alvarenga.

A construção da Linha 18-Bronze será realizada por meio de PPP (Parceria Público-Privada), com a empresa vencedora do certame ficando responsável pela desapropriação da área onde passará o transporte, construção, sinalização do local e operação.

A linha terá 20 quilômetros, divididos entre 19 estações, que passarão por São Bernardo, Santo André, São Caetano e São Paulo.

O governo do Estado apresentará até abril a licitação para a primeira fase da obra. Após o lançamento do edital, a proposta vencedora será escolhida em 90 dias.

O investimento previsto é de R$ 4,1 bilhões, sendo que R$ 1,7 bilhão será repassado pelo governo federal.

"Imaginanos assinar o contrato e iniciar a obra no segundo semestre", disse Alckmin. O governador alegou que ainda não é possível detalhar quanto custará a obra com a inclusão da nova estação. "Em uma semana deve sair o valor de quanto custará o projeto", completou.

Edson Aparecido atuará no Consórcio

Enquanto não há definição sobre a abertura de um assento para o governo do Estado no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, o secretário-chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, que já atuou como secretário de Desenvolvimento Metropolitano, será o interlocutor do governador Geraldo Alckmin no colegiado de prefeitos.

Na semana passada, Aparecido se reuniu com o prefeito de São Bernardo e presidente do Consórcio, Luiz Marinho. Os dois definiram a criação de um grupo de trabalho para criar uma agenda que discutirá os convênios estabelecidos entre o Estado e a entidade regional.

"Vamos repassar área por área, avaliando aquilo que evoluiu e o que não evoluiu", argumentou Marinho.

Alckmin se mostrou disposto a colaborar com a frente. "O Brasil é uma federação. O que caracteriza a federação é a interação dos entes federados. Tudo o que pudermos participar em conjunto, participaremos."

Além da atuação de Edson Aparecido no grupo de trabalho para avaliar a relação entre o Consórcio e o Palácio dos Bandeirantes, Marinho articula a visita de Alckmin à entidade do Grande ABC.

Criado na década de 1990, o Consórcio surgiu com a proposta de discutir de modo amplo as necessidades da região, mas ainda não avançou como fórum deliberativo.