Economia Titulo Dinheiro
Endividamento dos paulistanos sobe em 2012
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
16/01/2013 | 07:00
Compartilhar notícia
Ricardo Trida/DGABC


Boletos financeiros vencidos e conta bancária no vermelho. Essa realidade atingiu mais famílias em 2012. No mês passado, o número de pessoas endividadas era de 1,659 milhão. Em 2011, esse número era de 1,480 milhão, ou seja, houve alta de 179 mil endividamentos no intervalo de 12 meses (saltou de 41,3% do total de famílias para 46,3%). Os dados são da Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), apurada pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).

Na contrapartida, no último mês do ano, 46,3% das famílias apresentaram algum tipo de dívida diante dos 47,4% apurados em novembro. "É preciso ficar atento com esta queda, já que a pesquisa ocorreu antes do Natal. Neste mês, possivelmente os números alcancem patamares maiores", alerta a assessora econômica da entidade, Fernanda Della Rosa.

O estudo aponta ainda que o principal tipo de dívida continua sendo o cartão de crédito (72,7%), seguido por carnês (18,1%), crédito pessoal (14%), financiamento de carro (10,2%), cheque especial (5,2%), financiamento de casa (4,7%) e outros.

Segundo Fernanda, em 2010 o cartão de crédito era responsável por 64,86% dos endividamentos. Em junho de 2012, o plástico atingiu os 79%. "A facilidade em parcelar compras e pagá-las depois pode colocar as pessoas em uma dívida sem fim. Os juros do cartão são os mais caros, uma vez que o índice de endividamento e inadimplência é alto", diz Fernanda. "É de extrema importância ter planejamento financeiro e sempre pagar as faturas em dia", aconselha. A especialista sugere que quando o valor da dívida no cartão for muito alto o consumidor deve contratar empréstimo pessoal, com juros menores e quitar o plástico.

No caso das contas em atraso, que respondiam por 10,7% em dezembro de 2011, chegaram a 15,8% no mês passado. Em abril, o índice era de 21,8%. Fernanda explica que isso aconteceu porque em março estava anunciado o fim do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para alguns setores da economia. "As pessoas quiseram aproveitar os últimos dias de desconto e compraram o que podiam e o que não podiam. No mês seguinte, em abril, o índice de pessoas com contas atrasadas foi lá para cima".

Segundo ela, a previsão é que o volume de famílias endividadas suba entre os meses de janeiro e março. "Muitas contas ficam acumuladas, assim como os pagamentos de impostos desta época, atrelado às despesas escolares." No entanto, de acordo com o índice de confiança do consumidor - que fechou o ano em 161,8 pontos (vai até 200) - os consumidores pretendem honrar suas dívidas. "Esse indicador está relacionado ao poder de compra das pessoas, que segue em alta", justifica a assessora econômica da Fecomercio-SP.

 

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;