Economia Titulo Expectativa
Previsão do PIB gera
otimismo sobre emprego

Oportunidade de trabalho é impulsionada quando a economia
dá passos mais largos; região deve acompanhar os resultados

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
13/01/2013 | 06:56
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As perspectivas são boas para o mercado de trabalho em 2013. A expectativa de que o PIB (Produto Interno Bruto) tenha crescimento superior ao do no passado e que os efeitos das medidas de incentivo à produção comecem a aparecer são os pilares que sustentam o otimismo. A geração de empregos, naturalmente, é impulsionada quando a atividade econômica dá passos mais largos. E o Grande ABC, com forte parque industrial, acompanhará os bons resultados.

Para o País, projeção da equipe econômica da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) aponta recuo de 46% nos postos de trabalho em 2012. Porém, os mesmos especialistas esperam alta de 61% neste ano em todo o País - se ocorrer, a região tem características para apresentar resultado semelhante.

O economista da CNC, Fábio Bentes, explica que previsão nacional é baseada na estimativa de expansão na criação de vagas no comércio e aplicada modelo metodológico para chegar ao número de postos totais no País. "Como o PIB de 2012 foi muito fraco e as previsões apontam para alta entre 3% e 3,5% para este ano, esperamos acréscimo de 4,2% sobre o estoque de trabalhadores em 2013."

Em 2011, entre janeiro e novembro, o Grande ABC gerou 30.509 vagas. No ano passado, foram 13.990 postos, o que resultou em queda de 54%. A indústria pesou no resultado, pois diminuiu o quadro em 5.282 funcionários na região, influenciada pela crise internacional e as importações, que diminuem a competitividade do setor.

Professor de Economia Regional e Política de Planejamento Econômico da FSA (Fundação Santo André), Ivan Prado destaca que a proximidade entre os resultados econômicos da região e do País existe pela força da indústria. E, na sua avaliação, se os efeitos dos estímulos à produção que o governo fez em 2012 aparecerem em 2013, o Grande ABC será beneficiado. "A indústria gera o dinamismo da economia regional", pontua o especialista.

Prado não arrisca percentual de crescimento, mas acredita em expansão na criação de postos. "Devemos considerar ainda que em 2012, mesmo com recuo, o saldo foi positivo, tendo em vista que houve mais geração de empregos do que desligamentos".

O delegado do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia) para o Grande ABC, Leonel Tinoco, não discorda da hipótese, mas destaca alguns pontos que devem ser considerados. Ele lembra que a indústria deve decrescer perto dos 3% em 2012. Os dados ainda não foram divulgados pelos institutos de pesquisas responsáveis. Mas, neste caso, crescimento da ordem de 2%, por exemplo, em 2013 não seria o suficiente para garantir melhores condições em relação a 2011. "Se de 100 trabalhadores, você tira três, o ano começa com 97 e mais dois não levaria a 100", calcula Tinoco.

Outro ponto apresentado pelo especialista é a baixa taxa de investimento das fábricas, o que seria essencial para aumentar a produção e o número de empregados. Há também o problema dos importados, que além de entrarem no País como itens finais, prejudicam a indústria por integrarem vários processos produtivos do setor. "As empresas compram peças já montadas e só encaixam. Ou seja, cada vez são necessários menos funcionários", explica Tinoco.

 

 




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