Autores do requerimento aprovado ano passado que determinou a auditoria sobre os gastos na construção do prédio da Câmara de São Bernardo, que consumiu mais de R$ 34 milhões, os vereadores Rafael Demarchi e Fábio Landi (ambos do PSD), criticam a morosidade para o início do pente-fino.

Desde a aprovação do requerimento, o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT), argumenta que a análise nos contratos será realizada. Entretanto, o processo de licitação para contratar a empresa que realizará o serviço não sai da gaveta.

“Não dá para entender a demora para iniciar o processo. O que nós defendemos é a análise dos contratos da obra, nada além disso”, declarou Rafael Demarchi.

Vice-presidente do Legislativo, Landi é mais ácido nas declarações. Para ele, falta vontade política para que a auditoria saia do papel. “A proposta está na geladeira e gostaria de saber o motivo, já que o presidente já estipulou o valor para contratar a empresa (que fará a análise).”

Tião fixou o valor máximo de R$ 450 mil pela execução do pente-fino. Esse foi o valor apresentado pela Pricewaterhouse, umas das quatro empresas consultadas pela direção da Casa. As demais instituições consultadas foram a KPMG (R$ 2,1 milhões), Deloitte (R$ 1 milhão). A Ernest & Young não forneceu valores.

Na quarta-feira foi aprovado requerimento de autoria de Osvaldo Camargo (PPS), com uma série de questionamentos à intervenção no prédio Legislativo, pressionando ainda mais Tião para a realização da auditoria. Segundo o petista, em breve a licitação será aberta.

Idealizada pelo ex-presidente da Câmara Hiroyuki Minami (PSDB), a intervenção começou em novembro de 2011. Prevista para ser entregue em outubro de 2012, pelo valor de R$ 28,4 milhões, a obra só  terminou em julho do ano passado. Mesmo inacabado, o prédio foi inaugurado por Minami