Há espécies que precisam hibernar durante o inverno para
sobreviver ao frio intenso de algumas regiões do planeta
Na natureza tudo muda durante o inverno. Falta cor na vegetação, já que as flores brotarão só na primavera. Os dias costumam ser mais curtos e as noites, longas. Nesta época, animais que vivem principalmente em regiões geladas do Hemisfério Norte tiram longa soneca até o ambiente esquentar. Preguiçosos? Que nada. Existe explicação.
Meses antes de a estação mais fria do ano chegar, comem bastante, pois ainda é possível buscar alimentos. Os esquilos, por exemplo, estocam comida nas tocas. Então, chega o frio. É hora de os bichos hibernarem. Mamíferos - como ursos, marmotas, roedores e morcegos - são a maioria, mas há espécies de anfíbios que também têm esse comportamento.
Durante o período, ficam em suas casas (tocas, cavernas, lagos, entre outros locais) como se estivessem em sono profundo. As atividades do organismo e a respiração diminuem; o coração bate bem devagar e a temperatura corporal abaixa muito. Aos poucos, consomem a gordura que acumularam.
Mas existem outras táticas para escapar do inverno rigoroso, quando é quase impossível arranjar alimento. Alguns animais se deslocam das áreas frias para lugares quentes. Essas viagens são conhecidas como migrações. É o que ocorre com morcegos da família Molossidae, que partem do Sul dos Estados Unidos para o México. Somente assim conseguirão sobreviver.
Os animais também hibernam em períodos de seca e calor excessivo. Isso ocorre com moluscos, artrópodes (grupo do qual aranhas e caranguejos fazem parte), répteis e alguns mamíferos. A piramboia, peixe que respira por meio de órgão semelhante ao pulmão, enterra-se na lama quando o rio seca, hibernando ali até a chegada das chuvas.
Saiba mais
A única espécie de pássaro que hiberna é o noitibó-de-nuttall. Vive no deserto norte-americano e pode ficar cerca de 100 dias em sono profundo.
Alguns animais podem acordar durante a hibernação para fazer cocô; outros conseguem segurar até a chegada da primavera.
Consultoria de Wilson Uieda, biológo e especialista em morcegos da Unesp de Botucatu, do biólogo Guilherme Domenichelli e de Renato Oliveira, técnico do Laboratório de Lepidóptero do Museu de Zoologia da Usp.
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