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Ecologistas pedem à Espanha que devolvam tesouro submarino
Da AFP
12/06/2007 | 16:51
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A organização Ecologistas em Ação pediu nesta terça-feira, ao governo espanhol, que recupere o tesouro submarino que uma empresa americana disse ter encontrado no Atlântico e que o devolva às comunidades indígenas da América Latina, "seus legítimos proprietários".

"Ecologistas em Ação solicitou ao governo que se recuperem os tesouros extraídos do fundo do mar na costa sul da Espanha pela empresa americana Odyssey e se empreguem para projetos de ajuda ao desenvolvimento entre as comunidades indígenas da América Latina, seus legítimos proprietários", destacou a entidade num comunicado.

A empresa americana Odyssey, dedicada à busca de tesouros submarinos, anunciou em 18 de maio passado a descoberta "em águas internacionais do Atlântico" do maior tesouro submarino já encontrado, composto de 17 toneladas de mais de 500 mil moedas de prata e centenas de peças de ouro.

Rápida e discretamente, a Odyssey repatriou seu butim para sua sede em Tampa (Flórida), e mantém no maior sigilo a localização exata da descoberta, cuja operação foi batizada de "Cisne Negro".

As autoridades espanholas suspeitam que a Odyssey pôde ter feito a descoberta em águas espanholas ou entre os restos de um navio espanhol e, por isso, apresentou um processo civil numa corte de Tampa por um suposto crime de espoliação.

Segundo a organização ecologista, "em nenhum caso, esta ajuda (para a América Latina) deverá ser contabilizada como nova dívida externa dos países americanos com o Estado espanhol, mas como devolução da dívida histórica que a Espanha tem contraída com o outro lado do Atlântico".

"Desta forma, serão conseguidos dois objetivos: evitar que empresas privadas se utilizem deles para seu próprio benefício e melhorar as condições de vida das comunidades indígenas da América Latina, que ao fim são os legítimos proprietários", destaca a Ecologistas em Ação.

Segundo o jornal espanhol ABC, o organismo da Guarda Civil espanhola encarregado do caso, considera que a hipótese de uma descoberta no Atlântico é "absolutamente falsa" e que os restos se encontravam no mar de Alborán, no Mediterrâneo, ao leste do estreito de Gibraltar.

Os ecologistas pediram ainda à promotoria espanhola que investigue o "comportamento" das autoridades espanholas com relação aos tesouros extraídos nos últimos anos, pois assegura que para extrair do fundo do mar 17 toneladas de moedas antigas de prata e ouro "são necessários vários meses ou inclusive anos".

Também pediram às autoridades espanholas que peçam "explicações" ao governo britânico sobre "sua possível participação neste espólio" e aos tribunais americanos para recuperar este tesouro.

"Parece razoável que este ouro e prata extraídos da América durante a colonização voltem à sua origem e se empregue para melhorar as condições de vida de seus legítimos proprietários", ressaltou a Ecologistas em Ação.

Segundo esta entidade, estima-se que no fundo do Mar de Alborán haveria mais de 3 mil barcos naufragados. Em 2001, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) aprovou uma convenção sobre a proteção do patrimônio cultural subaquático para estabelecer as regras que impeçam pilhagens de tesouros submarinos. A Espanha a ratificou, mas Estados Unidos e Grã-Bretanha não o fizeram.




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