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Londres investiga se usina nuclear escondeu órgãos de operários
Da AFP
18/04/2007 | 10:52
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O governo britânico anunciou nesta quarta-feira que investigará as macabras acusações de que na maior usina nuclear do país, onde foram encontrados órgãos de operários mortos por câncer para examinar sua exposição à radioatividade, sem permissão de seus familiares.

O ministro do Comércio e Indústria, Alistair Darling, anunciou na Câmara dos Comuns a abertura de uma investigação sobre as acusações de que partes dos corpos de pelo menos 65 operários da usina de Sellafields foram mantidas refrigeradas para análise posterior.

Segundo as acusações, a extração de órgãos de trabalhadores mortos à realização de análises não contou com a autorização dos familiares.

Em uma declaração de emergência no Parlamento, depois de informes da imprensa britânica, o ministro anunciou que pediu ao advogado da Coroa (procurador-geral), Michael Redfern, que investigue as acusações feitas pelo sindicato GMB.

Darling informou também em Westminster que o British Nuclear Group (BNG), encarregado do funcionamento de Sellafield, a maior usina atômica da Grã-Bretanha, confirmou que identificou 65 casos em que se extraiu tecido de operários mortos par analisar o teor radioativo nos órgãos.

Segundo o grupo, as análises radiológicas começaram nos anos 60 e duraram até 1992, e em 61 desses casos, essas análises não foram autorizadas, como determina a lei.

O titular da pasta de Comércio e Indústria enfatizou a dificuldade da investigação, que abrange fatos ocorridos ao longo de 45 anos.

"Mas devemos aos familiares e ao público em geral averiguar o que aconteceu e por quê. Nossa maior preocupação são as famílias dos que morreram durante esse período e a angústia a que foram submetidas", declarou Gary Smith, chefe do sindicato que fez as acusações.

Segundo outro sindicato, o Prospect, a extração de órgãos dos cadáveres não se limitou a Sellafield, como também foi realizada em outras usinas nucleares.




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