Atendendo às solicitações do setor, no início da semana, a Caixa Econômica Federal anunciou o corte nos juros e o aumento do prazo para a compra de materiais de construção no Construcard - linha de financiamentos especialmente com esta finalidade. A taxa mínima passou de 1,96% ao mês para 1,4%. A máxima, que era de 2,35% ao mês, agora é de 1,85% ao mês. O prazo máximo de pagamento, que antes era de 60 meses, foi ampliado para até 96 meses. Estas novas taxas já estão valendo. As alterações no Construcard ocorrem em meio ao fraco desempenho das vendas de materiais de construção no país. Em junho, segundo levantamento da Anamaco, entidade que presido e que representa o varejo de material de construção, o setor teve queda de 9% sobre maio, acumulando desempenho negativo de 3,5%.

O desempenho fez com que revíssemos pela segunda vez no ano a expectativa de crescimento para 2012 - a previsão inicial era de 8% de crescimento sobre 2011, mas agora é de 3%.O setor sofreu neste início do ano com a falta de crédito no mercado, que continuava muito caro, apesar dos seguidos anúncios de redução dos juros. Os consumidores não estão encontrando as propaladas taxas mais baixas e este terrorismo sobre a inadimplência - que está muito forte em segmentos que nada têm a ver com material de construção - ajuda a empurrar o setor ainda mais para baixo. O governo tem buscado o diálogo conosco e parece ter se sensibilizado com a questão do crédito para a nossa área. Isso é muito positivo. É importante que medidas como esta ofereçam ao consumidor taxas mais justas, para que as famílias tenham condições mais atrativas para construírem e reformarem suas moradias. 

De acordo com dados da Caixa, o Construcard atendeu a 1,2 milhão de famílias nos últimos cinco anos, com volume de financiamentos de cerca de R$ 15 bilhões nesse período. Para 2012, a Caixa ainda dispõe de R$ 5 bilhões para esta linha de crédito, que é disponibilizada por meio de cartão magnético exclusivo para utilização em lojas de materiais de construção conveniadas. Além da compra de material de construção em geral, o Construcard também se destina à aquisição de móveis embutidos e sistemas de aquecimento solar.

O aumento do crédito para o setor de materiais de construção tem importante papel social de contribuir para a redução de nosso déficit habitacional. Além disso, o aquecimento das vendas neste setor movimenta significativamente a economia brasileira. Como integrante do CDES, do GAC e do conselho curador do FGTS, tenho batalhado para que ações positivas em prol do setor e da sociedade sejam colocadas em prática.