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Irã faz advertência formal aos EUA sobre situação do Iraque
Da AFP
23/05/2004 | 11:36
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O porta-voz do Ministério iraniano de Relações Exteriores, Hamid Reza Assefi, enviou neste domingo uma advertência formal aos Estados Unidos sobre a situação no Iraque. "A situação no Iraque é séria e é a razão pela qual enviamos a advertência necessária", declarou.

As relações indiretas entre Teerã e Washington sempre estiveram sob um manto de segredo. Entretanto, é a primeira vez, pelo menos desde o começo da guerra no Iraque, em 2003, que os iranianos tornam pública a transmissão de uma "advertência" aos inimigos norte-americanos.

A advertência foi transmitida como de costume por intermédio da embaixada da Suíça em Teerã, que representa os interesses americanos no Irã, ante a ausência de relações diplomáticas entre a República islâmica e Washington.

Assefi invocou "a situação diferente" criada pelas sevícias dos soldados norte-americanos contra os prisioneiros iraquianos e "os ataques" contra os lugares santos dos xiitas, majoritários nos dois países.

Também denunciou "a duplicidade" americana, rechaçou toda atividade de espionagem de parte do dirigente iraquiano Ahmad Chalabi por conta do Irã e reclamou a expulsão do Iraque da principal organização de oposição armada ao regime islâmico, os Muyaidin do povo.

"Queremos várias coisas para o Iraque: as mais importantes são a partida das forças de ocupação o mais rapidamente possível e a restituição da autoridade ao próprio povo iraquiano", disse Assefi. "A situação não será, sem dúvida, pior do que é atualmente, depois da partida dos ocupantes", assegurou.

"Mas as torturas contra os prisioneiros e os ataques contra os lugares santos", particularmente em Najaf, onde está entrincheirado o chefe radical Moqtada al-Sadr, "criaram uma situação diferente", observou.

É para "ocultar seus crescentes problemas, devidos à sua política unilateral e à sua negativa de levar em conta a opinião dos outros", que os americanos acusaram Ahmad Chalabi, dirigente do Congresso nacional iraquiano e membro do Conselho de Governo transitório, de espioagem em favor do Irã, disse.

O Irã, contrário à guerra no Iraque, não tem parado de denunciar a ocupação de seu vizinho e de reclamar a partida, o quanto antes, das forças da coalizão.




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