A máquina vem da Coréia do Sul, onde é mania juvenil há três anos e usada até em campeonato. Quem experimenta pela primeira vez adota a diversão. Até os que pensam e praticam dança várias horas por dia, como a bailarina profissional Fabiana Villas Boas, 28 anos, da Cia. de Danças de Diadema. Ela nunca havia subido na máquina e, convidada pelo Diário, topou fazer um teste no Playland do Shopping Metrópole, em São Bernardo. “Não serve para aprender a dançar, mas eu brinquei para valer”, garante.
Amanda Bardini, 17 anos, e Lara Marson, 19, bailarinas formadas em Santo André na escola Kleine Szene, foram conhecer a máquina no Playland do Shopping ABC e saíram com opiniões semelhantes. “Eu achava que fosse mais fácil”, diz Lara. “Para dançar não é legal, mas ajuda a coordenação motora”, afirma Amanda.
A galera, na faixa de 10 a 28 anos, quer mesmo é curtição. Alguns gastam até R$ 45 por mês, individualmente. Em grupo, R$ 100 em um fim de semana. Muitos nem sabem o que está sendo tocado, apenas que uma música é do CD verde, outra é do CD vermelho etc. A trilha sonora traz músicas em coreano e em inglês, hits da cena pop internacional. No Brasil, foram incluídas a sertaneja Bate o Pé e os funks Tapinha e O Baile Todo, por exemplo.
Dançam, ou melhor, pulam até duas pessoas. O monitor de vídeo mostra os passos, por intermédio de setas que indicam na tela qual quadrado luminoso deve ser pisado na base. Há três níveis de dificuldade: easy (fácil), normal e hard (difícil). No final, a nota super, para quem não erra nada, seguida de A, B, C, D e F, esta última para os completamente sem ritmo. Há ainda um outro nível, double, no qual o dançarino-jogador dança sozinho usando todos os quadrados da base.
Mariana Corrêa Valente, 13 anos, achava melhor dançar com alguém do lado. Quando subiu na máquina o balconista Germano Ferreira de Oliveira, 20 anos, ela mudou de opinião: “Ele decorou todos os passos, foi difícil acompanhar”. Germano usa o equipamento pelo menos uma vez por semana, desde quando foi montado na loja do Shopping ABC. “Ajuda a dar ritmo. Viciei na máquina”, admite. Casado, sua mulher, no entanto, não dança: “Ela fica só olhando, acha cafona”.
Não é o caso de Fernando Hiroshi Andou, 21 anos, dono de videolocadora, e de Mariana Ortega, 19, atendente do Playland do Metrópole. Por causa da máquina, os dois namoram há quase um mês e agora dançam juntos. “Ele é o melhor daqui”, baba a namorada. “Ela dança bem, mas não é aquela coisa”, comenta o namorado.
Fernando faz parte de um grupo de amigos que se conheceu ao redor da máquina e a transformou em ponto de encontro aos sábados, ou depois do expediente durante a semana. “Somos praticamente uma família”, diz Kleber Luiz Pereira, 24 anos, vendedor, que deixa sua namorada em casa para se encontrar com os amigos e dançar.
Entre os curiosos que se juntam para ver os mais experientes, a coreografia é o que mais atrai. “É legal ver uma dupla dançando”, conta Ivy Leça, 16 anos. Já a timidez é o motivo que os impede de arriscar uns pulos. “Com a galera assistindo, é preciso coragem”, conta Vander Bezerra, 22 anos, metalúrgico.
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