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Santo André, S.Bernardo e Mauá são alvos de atentados
Por Adriana Ferraz
Bruno Ribeiro
Fabio Berlinga
Do Diário do Grande ABC
08/08/2006 | 07:37
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Pela terceira vez no ano, o PCC (Primeiro Comando da Capital) iniciou uma onda de atentados criminosos contra a população paulista. Na região, Santo André e Mauá foram as cidades mais atingidas. Quinze ônibus foram incendiados da noite de domingo até ontem de manhã. A população foi mais uma vez punida e teve dificuldades para conseguir ir trabalhar no início do dia. Os ônibus não passavam. No fim da tarde, o trânsito estava caótico, especialmente perto de delegacias, que foram interditadas.

Além dos ônibus, quatro agências bancárias foram alvejadas por tiros em Santo André e São Bernardo. Uma bomba estilhaçou vidros da lateral do Fórum de Santo André e uma granada, lançada contra uma concessionária de carros na mesma cidade, obrigou a polícia a bloquear dois quarteirões da avenida Prestes Maia, no bairro Campestre durante toda a manhã, até que o artefato fosse retirado por peritos do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais). Os peritos verificaram que o pino da granada não tinha sido puxado, o que facilitou tornou o trabalho mais simples. No momento do ataque, por volta das 5h30, os criminosos lançaram também coquetéis molotov, que queimaram parcialmente dois veículos estacionados na loja.

O bloqueio da avenida Prestes Maia, principal via de ligação entre a avenida dos Estados e a Anchieta, durou quatro horas e parou o viaduto Castelo Branco. No fim da tarde, o bloqueio ao 4º DP de Santo André, no bairro Jardim, causou congestionamento em toda a região central da cidade. A polícia informou que a medida foi tomada por precaução.

No Fórum de Santo André, os criminosos quebraram uma janela rente ao chão, que dá acesso à oficina do prédio, e jogaram uma bomba de fabricação caseira, de impacto moderado, segundo a perícia da polícia. O atentado ocorreu por volta das 6h30 e deixou a sala destruída. Não havia funcionários no local e ninguém saiu ferido. Apesar dos estragos, o expediente foi normal e o Fórum funcionou das 9h às 19h.

Na avenida Taboão, em São Bernardo, as agências do Itaú e do Unibanco tiveram a fachada danificada por tiros. “Vi quando eles desceram e atiraram. A hora que ouvi o barulho, me joguei no chão e me protegi”, disse um ambulante de 70 anos, que tem barraca em frente ao banco. Santo André registrou o mesmo tipo de ocorrência na rua Carijós, na Vila Linda. Mesmo com os estragos, as quatro agências funcionaram normalmente ontem.

Capital – A sede do Ministério Público, no Centro de São Paulo, foi atacada no início da manhã com uma bomba caseira, que destruiu a entrada do prédio e estilhaçou vidros do térreo ao quarto andar. A rua onde fica o edifício ficou tomada de cacos de vidro e uma nuvem de poeira invadiu as lojas após o impacto da explosão. “Quando cheguei para trabalhar, encontrei as cadeiras caídas no chão, vidros e louça quebrados. Tivemos de suspender o atendimento no restaurante hoje (ontem) durante o almoço”, diz Francielli Bernardino, 27 anos, que trabalha na região.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho, atribuiu o ataque ao prédio do MP às iniciativas da Promotoria de diversos pedidos de prisões e de maior rigor na legislação penal.

Ainda na Capital, um estacionamento particular usado pelo Estado para guardar viaturas do Deic (Departamento Especial de Investigações Criminais) teve seis carros atingidos por um incêndio. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, além do Grande ABC, Guarulhos e Osasco registraram ataques a ônibus, agências bancárias e postos de gasolina. No interior, houve ataques em Santa Bárbara do Oeste, Sumaré, Jundiaí, Lucélia, e Nova Odessa.

Segundo o comandante-geral da PM, coronel Eliseu Ecleir, os ataques dessa madrugada mostram que o PCC está evitando o confronto direto com a polícia. “Dos 78 ataques, 40 foram feitos com algum tipo de artefato lançado do interior de veículos ou motocicletas.” A Secretaria Estadual de Segurança Pública cancelou todas as folgas de policiais por tempo indeterminado.



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