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Grupo terrorista estaria por trás de assassinato em SP
Do Diário OnLine
08/03/2002 | 00:55
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O assassinato do casal libanês Mikhael Youssef Nassar e Marie Noel Georges Mimassi na quinta-feira, em São Paulo, não seria mais uma ação de assaltantes na capital paulista, como se suspeitou a princípio. De acordo com a Fundação Libanesa pela Paz, citando fontes da inteligência libanesa, Nassar e sua esposa foram mortos por agentes do grupo terrorista libanês Hezbollah.

Nassar, que atuava no ramo da construção civil no Brasil, seria o contato no país do esquema de contrabando de armas para o Exército Libanês do Sul (SLA), grupo de resistência ao Hezbollah. O empresário era primo do general Lahd, que pertenceu ao SLA e hoje vive exilado em Israel. Segundo o Jornal da Globo, Nassar estava no Brasil há seis anos.

O crime - O casal foi morto por volta das 21h de quinta em um posto de gasolina nas esquinas das avenidas Juscelino Kubitscheck e Brigadeiro Faria Lima, no Itaim Bibi, zona sul de São Paulo. Informações iniciais davam conta de que o empresário passou com o carro sobre uma tábua com pregos colocada na saída do túnel da Juscelino Kubitscheck. Nassar trocava o pneu de sua Pajero quando um homem alto e encapuzado aproximou-se.

Segundo duas testemunhas, o assassino deu um tiro na nuca de Nassar e outro no rosto de Marie. Com as duas vítimas caídas no chão, o homem executou mais disparos. O empresário teria recebido quatro tiros e sua esposa, sete. Nassar e Marie morreram a caminho do Hospital São Paulo, localizado na Vila Mariana. O assassino usava uma pistola 765 com silenciador e fugiu em um Gol prata, que foi seguido por um Palio.

Terrorismo - O Hezbollah (Partido de Deus) é uma organização política, religiosa e militar surgida no Líbano em 1982 para lutar contra o poder católico no país de maioria muçulmana. Seu principal foco de ação é a luta contra Israel e o Ocidente, principalmente com atentados terroristas. O Irã seria o principal financiador de suas ações, inclusive as duas explosões em prédios ligados à comunidade judaica na Argentina, em 1992.

O grupo tem braços em todo o mundo. A CIA, o serviço secreto dos Estados Unidos, suspeita inclusive que a fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina seja uma das bases financeiras do grupo na América Latina. Até agora, no entanto, não havia registros de ações armadas no país.

O Exército Libanês do Sul (SLA) perdeu força quando Israel, que o financiava, aceitou desocupar o sul do país. Até então o grupo, formado em sua maioria por cristãos, era o principal foco de resistência ao Hezbollah. Hoje, a maior parte da liderança do SLA vive no exílio.




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