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Escola municipal de Sto.André é invadida de novo
Por Illenia Negrin e Yara Simões
Especial para o Diário
18/04/2005 | 11:50
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Pelo segundo final de semana consecutivo, a Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Elizabete Leonardi, na Vila Guarani, em Santo André, foi invadida e sofreu atos de vandalismo. Na madrugada de domingo, uma janela da sala de computação teve a grade arrancada e o vidro quebrado. A caixa de bomba da piscina também foi violada. Segundo a GCM (Guarda Civil Municipal), nenhum equipamento do prédio foi roubado.

Desde que a Prefeitura retirou das 90 escolas municipais os vigilantes particulares, há um mês, a segurança dos prédios públicos é feita exclusivamente pelo esquema eletrônico e por ronda de seis viaturas da Guarda Municipal. Na semana passada, essa escola já havia sido invadida e uma pia de aço inox, que ficava no pátio do prédio, furtada. A Prefeitura, na ocasião, garantiu que o sistema de monitoramento acusou a presença dos invasores na área e que a Guarda Municipal foi prontamente acionada, impedindo o furto. Relatos de diretoras e professoras ouvidas pelo Diário contradizem a versão da administração municipal de que os alarmes teriam sido acionados e os ladrões  fugiram antes da chegada da viatura. No Boletim de Ocorrência registrado no 3º Distrito Policial da cidade não consta o horário da ocorrência, já que a própria GCM não soube detalhar o momento da invasão.

Vizinhos da escola afirmam que a invasão deste fim de semana foi decorrente de nova falha no sistema de monitoramento. Eles afirmam que o alarme não disparou. Guardas municipais que faziam a ronda na região da Vila Guarani na manhã de domingo perceberam às 7h40 que o prédio havia sido violado. Segundo informações da GCM, a ronda anterior havia passado em frente à escola às 2h10.

Apesar de nenhum equipamento ter sido roubado, os invasores não teriam dificuldades para efetuar o furto. A reportagem teve acesso à sala de computação e constatou que o scanner e a impressora estavam próximos à grade arrancada. Além disso, a câmera que faz parte do sistema de segurança não capta imagens da parte externa da escola nem dos equipamentos próximos à janela estourada.

O jovem A.C., 19 anos, é vizinho da escola. Da janela do quarto, consegue ver a quadra e o portão dos fundos da unidade. Ele conta que, por volta das 4h10, percebeu a entrada dos invasores pelo pátio. “Eles devem ter pulado o portão dos fundos (perto da quadra). Uns 10 minutos depois, ouvi o barulho dos vidros da caixa de bomba da piscina serem quebrados.” C. conta que chamou a polícia pelo 190, às 4h25, antes da janela da sala de informática também ser quebrada. Ele diz que nenhuma viatura foi até o local. “Toda noite tem gente que pula para dentro da escola”, conta Orlando Oliveira, outro vizinho. “Quando o muro tinha quatro metros, isso não acontecia.”

A escola é cercada por um muro que, em algumas partes, chega a ter apenas um metro de altura. Em entrevista publicada domingo no Diário, o secretário de Governo da Prefeitura de Santo André, Mário Maurici de Lima Morais, afirmou que a altura dos muros  não é um aspecto que facilita o vandalismo. “Especialistas afirmam que quanto maior a visibilidade das dependências de um prédio, menor a possibilidade de ação por parte dos marginais, pois correm mais riscos ficando expostos”, sustentou Maurici.

Preocupado com o risco de as invasões se tornarem freqüentes com a saída dos vigilantes particulares, o vizinho da escola, P.G. começou na semana passada a colher assinaturas de moradores para um abaixo-assinado que exige a colocação de grades nos muros ou o aumento na altura. “Logo não vamos mais poder sair de casa. E posso ter a desagradável surpresa de encontrar com uma dessas pessoas no quintal de casa.”



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