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Guarda volta a colaborar com a PM em São Caetano
Por Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
05/07/2005 | 08:52
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A Guarda Municipal de São Caetano voltou a ajudar a Polícia Militar na segurança da cidade. Após nove dias cuidando apenas do patrimônio municipal, os 350 integrantes da corporação retornaram no domingo ao trabalho de patrulhamento das ruas do município e voltaram a apresentar boletins de ocorrências nas delegacias.

A determinação ocorreu após reunião realizada na última sexta-feira entre o prefeito José Auricchio Júnior (PTB), o comandante da Guarda Municipal, Sallum Kalil Neto, e integrantes do comando do 6º Batalhão da Polícia Militar, pelotão responsável por São Caetano, além de São Bernardo.

No dia 24 de junho, os guardas municipais foram orientados pelo prefeito a interromperem o trabalho de segurança pública após desentendimentos com a PM. A gota d‘água foi uma ocorrência de roubo a uma joalheria, no Centro da cidade, na qual policiais e guardas brigaram para cuidar do caso.

De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura e o Setor de Relações Públicas do comando da PM no Grande ABC, a reunião de sexta-feira serviu para selar novamente o bom relacionamento entre as duas corporações. Tanto Prefeitura como Polícia Militar não informaram de quem partiu a aproximação.

Na semana passada, o comandante Sallum Kalil falou ao Diário que só colocaria de novo seus homens no patrulhamento caso a PM solicitasse. Procurado durante toda a tarde de segunda-feira, o comandante da Guarda não foi localizado para comentar o assunto. O prefeito José Auricchio também não foi localizado.

Há duas semanas, Sallum Kalil disse à reportagem que a relação entre os policiais militares e os guardas estava tão tensa que poderia sair tiroteio entre eles a qualquer momento. “Não vou colocar meu pessoal em atrito, em condição de risco com os PMs. São Caetano sempre ajudou a PM a cuidar da segurança, assim como outros municípios, apesar de haver uma discussão constitucional e debate no Congresso Nacional sobre o assunto”, disse Sallum na ocasião.

Joalheria – O roubo à joalheria, em 23 de junho, trouxe à tona uma rixa antiga entre a Guarda Municipal e a PM. De modo geral, as ocorrências policiais são atendidas pela Guarda Municipal, que tem um efetivo de 350 guardas, quase o dobro da 3ª Companhia do 6º Batalhão, instalada na cidade com 270 homens. A sede do 6º Batalhão é em São Bernardo.

Desde o início do ano, Auricchio cortou o pró-labore que o ex-prefeito Luiz Tortorello fazia questão de pagar aos funcionários do Estado. Os policiais recebiam de R$ 80 a R$ 300.

“O pessoal da PM quer tomar conta sozinho da segurança porque São Caetano é uma vitrine para os outros municípios por ser considerada a melhor em qualidade de vida”, relatou um guarda municipal à reportagem. Os comandos das duas corporações não confirmaram o argumento.

Flagrante – Na manhã do último domingo, os guardas municipais que iriam iniciar o trabalho foram informados pelos seus inspetores que tudo voltaria ao normal, como era antes da determinação do prefeito. Como resultado, a primeira ocorrência de flagrante que realizaram ocorreu na segunda-feira, quando foi capturado um fugitivo da Cadeia Pública de Franco da Rocha e integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa instalada nos presídios paulistas.

Às 10h de segunda-feira, guardas realizavam patrulhamento pe-lo bairro Santa Paula e suspeitaram de Aquiles Luis dos Santos, 21 anos, circulando a pé entre automóveis estacionados. Ao revistá-lo, guardas encontraram um gargalo de garrafa de cerveja, que era usado como arma, e três trouxas de maconha.

Santos havia fugido de Franco da Rocha em 23 de fevereiro, onde cumpria pena até 2017 por diversos roubos. Segundo a Guarda Municipal, ele furtava e roubava carros em São Caetano.




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