A semente deste grupo foi plantada em 2000, com a criação do Teatro Cáustico - Núcleo Tubo de Ensaio. No ano seguinte, firmaram parceria com a escola Leo Commisari, onde é hoje sua atual sede. Os artistas começaram também a se dedicar ao audiovisual - alguns cursaram a Escola Livre de Cinema e Vídeo, de Santo André - e produziram o primeiro fruto neste ano: o média-metragem Tomé, dirigido por Wilson Julião e Fábio Zerloti.

"Tomé foi o detonador da idéia para criarmos o Pólo de Resistência", diz Julião. A proposta do grupo é trabalhar com produção de vídeos e peças, promoção de ciclos de exibição e encenação, e realização de cursos, palestras e workshops.

Na prática, os artistas já fazem algumas ações culturais, como o projeto Cine Leozinho, com "sessões de filmes de qualidade para crianças". Segundo Julião, este ano servirá para o Pólo de Resistência se estruturar e, em 2005, começará a aplicação da agenda de atividades.

"Estamos começando timidamente, estudando os recursos que poderemos pleitear e as parcerias que poderemos firmar. O Pólo é um projeto para se concretizar a médio e longo prazo", afirma. Além de Julião, a equipe é formada por Paula Carrara, David Santos, Alexandre Acquiste, Fábio Zerloti, Pedro Lamana e Angela Oliveira.

O termo Resistência usado no nome do grupo não se refere ao "ato ou efeito de resistir". "A idéia é da resistência (componente eletrônico) que gera energia, é uma questão física, energética", diz Julião.

A atual produção do Pólo é a peça A Construção, baseada no conto homônimo de Franz Kafka. A estréia está prevista para janeiro de 2005.

Tomé - Por enquanto, o grupo trabalha com a exibição de Tomé. Nesta sexta, às 19h, será a segunda vez que o vídeo é mostrado para o público. A estréia ocorreu em 16 de setembro no Teatro Municipal de Santo André.

Na história, Tomé (interpretado por Cássio Castelan) é um voyeur freqüentador de parques públicos. Assim que percebe algo com conotação sexual, ele persegue as pessoas, seja em banheiro ou qualquer canto escondido. Em uma dessas buscas por flagrantes, ele arruma briga e é espancado.

Então, um estudante de cinema (Pitty Santana) se interessa pelo caso e começa a filmar a reconstituição do espancamento ajudado por uma testemunha. Aos poucos, o estudante percebe que a testemunha é o próprio voyeur.

Terça, Tomé recebeu convite para integrar, em dezembro, a próxima edição da Mostra do Audiovisual Paulista, que tem curadoria de Francisco César Filho. "Estamos também masterizando e legendando o vídeo para participarmos de festivais no exterior no ano que vem", afirma o diretor.