Economia Titulo
Cerca de 500 demitidos não conseguem receber seguro-desemprego
Por Bárbara Ladeia
Michele Loureiro
17/03/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


Cerca de 500 trabalhadores demitidos de quatro metalúrgicas da região não conseguem receber o seguro-desemprego. Isto porque, para acessar o benefício é preciso comprovar o depósito dos direitos trabalhistas nos últimos seis meses.

"As empresas não estavam depositando, portanto consta como se os trabalhadores já estivessem desempregados", explica o presidente do Sindicado dos Metalúrgicos de Santo André, Cícero Firmino da Silva, o Martinha. Para resolver a situação dos trabalhadores, o sindicato terá de entrar com uma ação no Ministério do Trabalho para comprovar o vínculo empregatício, o que pode demorar até seis meses. "Enquanto isso os trabalhadores ficam sem receber. É uma crueldade e uma falta de respeito. Não temos como acelerar o processo, pois a fila de recursos do tipo é muito grande em Brasília, já que concentra pedidos de todo o País", explicou Martinha.

As metalúrgicas Forjafrio, Rowanet, Kraus e Prats Mazo a princípio não cumpriram com o dever trabalhista e não realizaram pagamento dos benefícios, segundo o sindicato. "Estamos reféns do tempo. Se estas empresas tivessem sido responsáveis e arcado com seus deveres, os trabalhadores não teriam de passar por isso", destacou o presidente. Para Martinha, além da má fé das empresas, a irregularidade acontece por falta de fiscalização. "O sindicato não pode autuar as empresas, precisamos da fiscalização, porém temos um déficit de fiscais na região", destacou.

Procuradas pela reportagem, a Rowanet, Prats Mazo e Forjafrio não comentaram a irregularidade das empresas e disseram que só vão se pronunciar quando convocadas judicialmente. A Kraus encerrou atividades este ano e nenhum responsável foi encontrado para prestar esclarecimentos.

Enquanto isso, as Gerências Regionais do Trabalho e Emprego sofrem com a falta de auditores fiscais para. Segundo Ricardo Antonio Fernandes Barucos, gerente da Regional que abrange São Bernardo e Diadema, os 21 fiscais em atividade são insuficientes. "As denúncias têm de ser hierarquizadas para que consigamos atender todos."

No entanto, a Regional de Santo André, que responde também pelos empregados de São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, passa por dificuldades ainda maiores. Segundo o gerente Mauro Correia não há reposição de pessoal. "Falta concurso, uns se aposentam, outros morrem, e não vem ninguém para o lugar deles". Embora prefira não confirmar o número de fiscais, Correia afirma que a equipe tem menos de 20 pessoas.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;