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Para autor de lei que multa fura-fila, caso FUABC merece punição

Gilmaci diz ver configurado fraude da vacinação de aliados de presidente da Fundação; ele cogita CPI

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
03/05/2021 | 07:00
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Divulgação


Um dos autores da lei estadual que prevê multa a quem for flagrado como fura-fila da vacinação contra a Covid-19 em São Paulo, o deputado estadual Gilmaci Santos (Republicanos) afirmou que no caso da FUABC (Fundação do ABC) é preciso aplicar as sanções que a legislação sugerida por ele impõem.

O parlamentar admitiu que, hoje, deve entrar em contato com o deputado estadual Heni Ozi Cukier (Novo), também autor da proposta, para conversar exclusivamente sobre o episódio no Grande ABC. Ele não descarta pleitear uma CPI se identificar que houve tentativa deliberada de atropelo do PNI (Programa Nacional de Imunização).

“Estive no fim de semana no Interior, mas recebi a reportagem. Preciso conversar com o Heni e ver o que é possível fazer de prático. A lei, por si só, tem de ser aplicada, independentemente de qualquer coisa que eu ou o Heni façamos. A lei foi sancionada pelo governador (João Doria, PSDB). Ministério Público e Justiça precisam agir”, citou.

Pela legislação aprovada em fevereiro pela Assembleia Legislativa paulista, quem furar a fila da vacinação receberá multa de R$ 50 mil. Se for servidor público, a quantia dobra: ou seja, R$ 100 mil.

Na noite de quinta-feira, o Diário trouxe em primeira mão que oito funcionários de setor administrativo e ligados à presidente da FUABC, Adriana Berringer Stephan, foram incluídos em lista de trabalhadores da área da saúde para receberem as doses destinadas à FMABC (Faculdade de Medicina do ABC).

No rol estavam advogados e gerentes de recursos humanos que não atuam na linha de frente do combate à Covid-19. Porém, na listagem enviada à FMABC para imunização, foram classificados como colaboradores de ambulatórios de especialidades como endocrinologia e urologia.

A FUABC sustenta que a vacinação dessas pessoas não configura burla ao PNI porque eles são classificados como trabalhadores da área da saúde e que também vão aos equipamentos gerenciados pela entidade – assim, estariam cobertos pelas orientações do Ministério da Saúde e da Secretaria do Estado da Saúde. A primeira dose desses funcionários foi aplicada em São Caetano. A organização ainda diz que houve erro por parte da FMABC da classificação profissional dos funcionários.

“Vamos fazer o possível para ver a lei sendo aplicada. Não tem muito o que conversar (com a FUABC) neste caso. Se a própria instituição reconheceu que houve falha (ao admitir que servidores do setor administrativo foram imunizados antes de profissionais que atuam mais diretamente em unidades de saúde) não tem muito o que fazer. É punir os culpados”, emendou Gilmaci.

Os funcionários imunizados e sob suspeita de terem burlado a fila de vacinação são Magali Barbosa Gonçales (gerente de RH ), Ana Paula Barros de Queiroz (diretora de RH), Patrícia Veronesi (diretora da Central de Convênios), Ana Paula Carneiro da Costa (gerente jurídico), Sandro Tavares (gerente jurídico). Eduardo Asêncio do Nascimento (gerente de comunicação), Rosimeire Roberta de Siqueira (gerente financeira) e Vanessa Calipo Leandro (gerente administrativa).




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