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Covid-19 mata uma pessoa a cada duas horas no Grande ABC

São 3.920 óbitos desde o dia 25 de março; 4.000ª vítima pode ser registrada neste mês

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
26/01/2021 | 00:01
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Nario Barbosa/DGABC


O novo coronavírus ceifou 3.920 vidas no Grande ABC desde 25 de março, data em que a primeiro óbito foi confirmado. Isso significa que a cada duas horas uma pessoa morreu infectada. Atualmente, a região enfrenta novo pico de falecimentos por Covid-19. Exemplo é que nos sete dias encerrados no sábado, foram 146 vítimas fatais, média de 21 diariamente, sendo a segunda semana consecutiva com números similares aos do período de 19 a 25 de julho, pico da pandemia.

O primeiro óbito causado pelo coronavírus no Grande ABC foi registrado em 25 de março, em Santo André – a morte, de fato, ocorreu dia 18, mas demorou uma semana para ter o diagnóstico de Covid. A quarentena havia começado dois dias antes no Estado e as sete cidades tinham 212 casos positivos. A média diária de infecções era menor do que cinco – na semana passada, como comparação, foram 523 diagnósticos por dia.

Três meses depois, em 23 de junho, a região ultrapassou a marca de 1.000 vítimas fatais do vírus. Na ocasião, 2.793 casos haviam sido confirmados em período de 24 horas. O segundo milhar, por sua vez, foi alcançado no dia 19 de agosto e a 3.000ª vítima foi contabilizada em 28 de novembro.

Considerando dados até domingo, a média móvel é de 20 mortes por dia, de acordo com a plataforma ABC Dados. Caso o ritmo seja mantido, o Grande ABC deve atingir a marca de 4.000 vidas perdidas para o coronavírus até o fim desta semana. Para se ter ideia da aceleração das mortes, nos primeiros 15 dias de janeiro a região ultrapassou a quantidade de vítimas fatais registradas em todo mês de outubro de 2020.

Segundo Paulo Rezende, infectologista e diretor do Hospital Santa Clara, a alta reflete o relaxamento de medidas preventivas, como o uso de máscara e o distanciamento físico. “Os abusos foram mais escancarados nas festas de fim de ano, mas o preocupante é que os abusos continuam. Temos, ainda, observado como consequência (das comemorações de Natal e Ano-Novo) um grande número de transmissão intrafamiliar”, explica.

Olavo Munhoz, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), avalia que a alta de casos e mortes deve permanecer nas próximas semanas, principalmente porque ainda não há tratamento específico para a Covid e a vacina está sendo aplicada em grupos específicos. Assim, pelos próximos dois meses, o impacto do imunizantes não deve ser sentido.

Rezende destaca que quanto mais o vírus circula, mais ele se reproduz e maiores são as chances de mutação, haja vista as variantes identificadas no Reino Unido, na África do Sul e no Amazonas. “As únicas alternativas que temos é o distanciamento, uso de máscara e medidas de higiene, como o uso do álcool gel”, reforça.

Ontem, a taxa de reprodução do novo coronavírus estava em 1,63 no Grande ABC. Isso significa que 100 pessoas infectadas podem contaminar outras 163, sendo que índices acima de 1 indicam que a transmissão está acelerada. O dado é da plataforma SP Covid Info Tracker. 




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